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Fotografia Diário Puerto Varas

Urgência pediátrica do Centro Hospitalar Tondela-Viseu à beira da rutura

A urgência pediátrica do Centro Hospitalar Tondela-Viseu está em situação de rutura devido à falta de médicos, com risco iminente de fechar, assim como o bloco de partos, disse hoje à agência Lusa fonte do serviço de Pediatria.

Segundo a fonte, a situação na Pediatria “tem-se degradado, culminando na saída de vários pediatras”.

“Perante esta situação, a escala de especialistas de Pediatria passou a ter turnos a descoberto desde 13 de março de 2023. Assim, a escala passou de três especialistas de dia para dois, nos dias de semana. Ao fim de semana, mantiveram-se três elementos pela necessidade de a equipa de urgência gerir o internamento, neonatologia, berçário e sala de partos”, explicou a mesma fonte.

A fonte do serviço de Pediatria salientou que “esta redução coloca em risco os doentes, o que foi sinalizado com a minuta de escusa de responsabilidade assinada pela grande maioria dos pediatras que realizam urgência”.

“A situação de rutura foi, múltiplas vezes, sinalizada aos elementos de gestão e direção do hospital, sem que nada na prática se alterasse”, adiantou.

Quanto às escalas, a deste mês “foi realizada com o esforço dos elementos do serviço, que há muito que cumpriram as 150 horas extraordinárias”, sendo que esta conta com internos de 4.° ano na escala de especialistas, “o que vai contra qualquer regra de boa prática”.

“Alguns dias de fim de semana deixaram de poder contar com três elementos, o que irá logicamente causar constrangimentos”, frisou ainda a fonte do serviço de Pediatria do Centro Hospitalar Tondela-Viseu.

Quanto à escala de agosto, as versões provisórias “contam com 31 buracos [considerando turnos de 12 horas] de dia e 17 à noite”, o que “significa apenas dois especialistas de dia e, em muitos casos, apenas um à noite”.

“A permanência de apenas um especialista à noite torna impossível garantir a segurança de qualquer doente que recorra à urgência externa [de pediatria]. Por outro lado, também impossibilita a execução segura de partos”, afirmou, considerando colocar-se o mesmo cenário do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), com “risco iminente de fecho de urgência externa e bloco de partos”.

A agência Lusa fez várias perguntas à Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, mas até às 17:00 ainda não tinha recebido qualquer contacto.

Esta semana, médicos da Pediatria do CHL exigiram o fecho da urgência pediátrica no período noturno e do bloco de partos, e pediram que não seja aceite a atividade obstétrica do Hospital de Caldas da Rainha.

Num abaixo-assinado, a equipa médica do serviço de Pediatria do CHL exigiu, quando nos turnos haja indisponibilidade de elementos para escala e fique apenas um pediatra, o encerramento da urgência pediátrica “a todas as admissões externas”, a partir das 20:00, “de forma a garantir os cuidados adequados e em condições de segurança para os doentes internados”.

Os médicos pediram ainda o fecho do bloco de partos, dado “não ser possível assegurar a assistência aos partos distócicos ou a qualquer emergência de reanimação neonatal”.

Defenderam também que “todas as grávidas com condições de transferência” devem ir para outras unidades hospitalares.

Os 30 médicos exigiram igualmente que não seja aceite o desvio para o CHL da atividade assistencial do serviço de Obstetrícia (internamento, bloco de partos e urgência obstétrica) da maternidade do Hospital das Caldas da Rainha (Centro Hospitalar do Oeste).

Numa resposta à Lusa, o CHL considerou não haver motivo de alarme apesar da “constante pressão” sobre as equipas.

“O conselho de administração do CHL garante que não há motivo de alarme para as populações a quem dá resposta, apesar da constante pressão pública sobre as equipas, e tem mantido o diálogo interno e externo, inclusivamente com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, que tem acompanhado a situação de perto”, lê-se numa resposta escrita da unidade hospitalar à agência Lusa.

O conselho de administração garantiu que “a resposta às necessidades dos utentes do serviço de Ginecologia/Obstetrícia e da urgência pediátrica tem sido assegurada, como habitualmente”, e disse compreender “a manifestação de preocupação dos profissionais de pediatria pela falta de clínicos”.

A unidade de Leiria esclareceu ainda que “o acordo com o Centro Hospitalar do Oeste, com o reforço e integração de profissionais de saúde da área de Ginecologia/Obstetrícia nas escalas do CHL, tem decorrido dentro da normalidade”.

 

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