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Sindicato Têxtil da Beira Alta preocupado com futuro do sector

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Alta admite que algumas empresas possam cessar a atividade.

residente do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Alta, Carlos João, mostrou-se esta quarta-feira preocupado com as consequências da pandemia da covid-19 para o sector e admitiu que algumas empresas podem cessar a atividade.

O dirigente sindical disse à agência Lusa que nas empresas do sector têxtil verifica-se “um pouco de tudo”, incluindo fábricas que estão fechadas e outras em ‘lay-off’ [dispensa temporária de trabalhadores, que figura entre as 30 medidas que o Governo adotou para conter os efeitos da pandemia da covid-19 nas empresas].

Nos distritos da Guarda e de Viseu, a área abrangida pelo sindicato, que tem sede em Gouveia, há também registo de “algumas empresas” que “já estiveram em férias e retomaram a atividade, como foi o caso da fábrica Ara, em Seia”, indicou.

Segundo Carlos João, ainda em Seia, a empresa Lusolã “tem trabalhadores em ‘lay-off’ e outros a laborar”, mantendo-se em funcionamento, “mas com redução de pessoal”.

Pelas contas do sindicalista, neste momento, em ‘lay-off’ estão as empresas Mey Têxteis (Celorico da Beira), Univest (Soito, Sabugal), Borgstena (Nelas) e Mazur (Mangualde).

O responsável disse ainda que no concelho de Gouveia encerraram as fábricas Mapex e Castro Nogueira, tendo o sindicato pedido à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) informações para apurar “o que se está a passar”.

“Neste momento, temos um pouco de tudo. Não se presumem dias fáceis [para o setor]. Se há duas empresas que já anunciaram o encerramento, nós já estamos a ter o princípio da crise”, disse Carlos João.

A crise que atualmente atinge o sector “não vai ser igual” àquela que se verificou no princípio dos anos de 1990, “com milhares e milhares de trabalhadores que foram para o desemprego”, mas o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Alta vaticina que, quando a pandemia passar, a economia do distrito da Guarda “não vai ficar igual” ao que era antes.

“Temos também no sector um grupo de empresários, felizmente não são todos iguais, mas aqueles que são os maus vão aproveitar isto [a crise] para fechar [as empresas], para retirar direitos aos trabalhadores e para tudo isso. Eu não tenho dúvidas de que vai haver um aproveitamento para ainda degradar mais o trabalho, a vida das pessoas e dos trabalhadores em geral e, em particular, do setor têxtil”, rematou Carlos João.

O Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Alta abrange os distritos da Guarda e de Viseu, onde existem várias empresas que dão trabalho a mais de cinco mil pessoas.

 

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