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Secundária de Vila Nova de Paiva em 1º lugar no ‘ranking’ nacional nos exames do 12º ano

O diretor do Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Paiva defendeu que o sucesso escolar é fruto de fatores que se complementam, nos quais a estabilidade do corpo docente e a relação próxima com os alunos marcam presença.

“No agrupamento não trabalhamos para ‘rankings’. O nosso foco são os alunos, individualmente, e, depois, num todo, ou seja, a nossa preocupação é o aluno e são os alunos em concreto”, explicou à Alive Fm, João Adelino.

Para este responsável, o sucesso dos alunos “é um reflexo do trabalho do dia-a-dia, ao longo dos anos, tendo em conta o sucesso dos alunos e o desenvolvimento holístico dos que integram o agrupamento, desde o pré-escolar ao ensino secundário”.

O Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Paiva, no distrito de Viseu, está em primeiro lugar, com 85%, no ‘ranking’ nacional de percursos diretos de sucesso, ou seja, a percentagem de alunos que obtêm positiva nos exames nacionais do 12.º após um percurso sem retenções nos 10.º e 11.º.

“Não há um fator isolado para este sucesso, mas há um conjunto de fatores que, de forma harmoniosa, vão repercutir-se no percurso escolar dos alunos. Posso destacar alguns, mas é um todo que conta”, afirmou.

João Adelino, em declarações à Alive Fm, realça que quando os alunos transitam para o ensino secundário, “já têm mais ou menos um projeto de vida”, nomeadamente os que integram os cursos científico ou humanísticos, que têm como finalidade o ensino superior.

“Já é um fator de motivação ao longo do ensino secundário para trabalharem com o objetivo de atingirem a meta do ensino superior”, destacou.

Reconheceu igualmente que este projeto de vida já definido também “é fruto do acompanhamento” dos profissionais do agrupamento.

O agrupamento conta com 90 professores, mais os profissionais não docentes, para um universo de 552 alunos, sendo que 33 estão no ensino profissional.

O ensino secundário, que tem tido, em média, uma turma por cada ano, conta com 72 alunos.

“Do ensino regular de científicos e humanidades todos os alunos, nos últimos anos, têm ingressado no ensino superior. Do ensino profissional, já temos cerca de 30% a ingressar no ensino superior”, realçou João Adelino.

O diretor destacou o facto de Vila Nova de Paiva se situar numa zona do interior e “muito rural, o que tem vantagens e desvantagens”. É o único agrupamento no município que faz fronteira, a nordeste, com o concelho de Viseu, capital do distrito.

“Uma vantagem que temos em relação aos centros urbanos é a proximidade e a familiaridade que se cria, ao ponto de tratarmos os alunos pelo nome e não como um número. Não é o número um ou dois da turma A ou B, é pelo nome próprio e isso cria uma relação de proximidade muito marcante”, destacou.

O responsável adiantou que esta relação passa “muitas vezes para além do aluno”, ou seja, acaba por “cuidar de outros problemas que extravasam um pouco o contexto de sala de aula”, quer de âmbito social, quer até de “conhecimento de eventuais problemas pessoais” dos jovens.

“Cerca de 80% a 90% do corpo docente já está cá há vários anos, sendo que há mais de 20 anos são uns 30% a 40%. É um corpo docente estabilizado e que acompanha os alunos ao longo dos ciclos. Começam a acompanhá-los no 7º e levam-nos até ao final do secundário, ou seja, é um ciclo de cinco ou seis anos com o aluno”, disse.

A tendência neste agrupamento, explicou o diretor, “é acompanhar durante um ciclo mínimo de três anos, exceto no segundo ciclo, que são dois”, e isso leva “à relação de proximidade” com o estudante.

“Essa proximidade permite-nos fazer com regularidade um diagnóstico dos alunos e ao primeiro indício que surja de alguma dificuldade ou alguma situação diferente na sua vida, há logo uma equipa multidisciplinar que intervém”, adiantou.

No agrupamento, continuou, há também um gabinete que funciona para dúvidas e explicações, onde os alunos “vão de forma voluntária ou encaminhados pelos docentes ou encarregados de educação, seja para esclarecer dúvidas ou para melhorar notas”.

João Adelino realçou a oferta educativa que o agrupamento “se esforça por dar”, tanto nas áreas do ensino secundário, ao “criar uma diversidade tão grande quanto possível” para que o aluno siga as suas preferências, “porque isso é um fator motivacional”.

“O facto de termos poucos alunos, às vezes, é uma desvantagem. Tivemos três alunos que queriam o nível três de espanhol e o Ministério não autorizou a contratação de um professor, porque eram só três alunos. Mas três alunos no nosso 10.º corresponde a 15% deles”, exemplificou o diretor.

Para que os alunos “não se sintam discriminados”, João Adelino adiantou que o agrupamento se envolve numa “série de projetos regionais e nacionais, assim como em programas Erasmus para minimizar o impacto de se viver no meio rural” para “tentar um equilíbrio em termos de igualdade de oportunidades”.

 

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