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Projeto viseense abre concurso internacional para criação de arte no Fontelo

Está aberta uma ‘open call’ (concurso) internacional para acolher propostas de obras de arte para a mata do Fontelo, em outubro, do Poldra – Public Sculpture Project Viseu, disse o responsável.

“Os artistas concorrem com propostas de linguagem, de peças para o lugar, sendo que, na maior parte dos casos, não conhecem o espaço”, porque, a avaliar pelos “anos anteriores, a maior parte dos concorrentes têm sido estrangeiros”, disse hoje à agência Lusa João Dias.

O responsável pelo projeto Poldra, que vai este ano para a quarta edição, “a realizar em outubro, mas ainda sem data de inauguração”, adiantou que a ‘open call’ “abriu há pouco mais de uma semana e já conta com sete ou oito propostas”.

O ano passado “foi a ‘open call’ mais participada, com mais de 100 projetos e, por isso, a expectativa também é alta este ano. A pandemia também pode proporcionar isso”, pois, “como não há exposições, as pessoas acabam por ter mais tempo para se concentrarem” em concursos, admitiu.

“Os artistas a nível mundial estão mais disponíveis para este tipo de projetos” e, por isso, acredita que este ano poderá ser muito participado.

Desta vez “já chegaram projetos [concorrentes], ao contrário dos anos anteriores”, em que os trabalhos têm sido apresentados já perto do final concurso (em 2021 a data limite é 18 de abril).

O fundador do projeto considerou ainda que “também há uma corrente muito boa de informação entre os artistas em relação ao Poldra, não só pelo companheirismo existente nas residências artísticas em Viseu, como até da própria cidade, das pessoas e da comida” e isso também pode funcionar como “um estímulo” para os artistas.

Apesar de defender que “o ideal é estar no local, respirar e sentir o espaço” para criar uma obra para ali instalar, “e isso faz muita diferença na criação”, João Dias reconhece “que, para um artista estrangeiro, é muito complicado viajar até Viseu só por uns dias para apresentar um projeto”.

“As propostas têm de ser feitas para o Fontelo, que englobem o contexto da mata e de Viseu, que sejam adequadas a uma árvore, uma rocha, um caminho, alguma coisa que ligue a peça ao espaço”, explicitou.

“Tem acontecido é que os vencedores acabam por alterar e adequar a proposta, enquanto estão na residência artística a elaborar a peça, embora a base esteja definida”, explicou.

Para a edição deste ano, anunciou, “são esperados quatro novos trabalhos, dois de artistas convidados e os outros dois da ‘open call’ que agora abriu” e vão juntar-se aos já existentes no Fontelo, sendo que “vão ser retiradas duas peças”.

“Vamos retirar a [as peças] do Miguel Palma e da Elisa Balmaceda, por já não oferecerem a segurança desejada, ainda não estão em perigo, mas queremos que as peças sejam seguras”, sublinhou João Dias.

Em seu entender, as esculturas “têm de ser um elemento de força e de comunicação entre a natureza e as pessoas” e, atualmente, além das duas que vão ser retiradas, fazem parte do circuito no Fontelo, peças de Steven Barich, Pedro Pires, Liliana Velho e Natalia Bezerra & Kaitlin Ferguson.

O júri é composto por a diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC) – Museu do Chiado, Emília Ferreira, e a diretora do Sculpture in the city, um festival de escultura em Londres Stella Ioannou e a responsável pelos projetos dos jardins da Gulbenkian, Ana Vasconcelos.

A estes elementos junta-se um dos artistas que participou na edição do ano passado, “neste caso é o Rui Sanches”, o fundador do projeto, João Dias, e um representante da Câmara Municipal de Viseu, entidade parceira do Poldra.

 

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