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Petição exige revogação da decisão de cobertura do Mercado 2 de Maio em Viseu

Uma carta aberta com 41 signatários, divulgada hoje, exige ao presidente da Câmara Municipal de Viseu a revogação da decisão de executar o projeto de alteração/cobertura do mercado, naquela cidade.

Entre os 41 subscritores da carta aberta destacam-se, dirigentes culturais, historiadores e arquitetos como Eduardo Souto de Moura, João Luís Carrilho da Graça, José Mateus, Nuno Sampaio, André Tavares e Francisco Keil Amaral.

Entre os motivos apresentados, os signatários defendem que “imperativos de revitalização do centro da cidade de Viseu, como de qualquer cidade com significativa trajetória histórica, não podem afetar de modo lesivo existências arquitetónicas e componentes patrimoniais”.

“Sucede que o projeto de cobertura da Praça 2 de Maio, que o Município de Viseu anunciou vir a executar – em virtude do seu desacerto e da sua profunda dissonância com o lugar e com a envolvente­ –, constitui um grave e inadmissível atentado patrimonial e urbanístico”, acusam.

Os 41 subscritores, dos quais 21 arquitetos, consideram que, “num desrespeito despudorado pelo trabalho autoral e pelo património da cidade, o atual executivo camarário ignorou os arquitetos Álvaro Siza e António Madureira, autores do projeto executado nos anos 90 do século XX”.

Estes autores lembram que o anterior executivo camarário, liderado por Fernando Ruas, tinha solicitado ao arquiteto Álvaro Siza “alterações pontuais ao projeto executado, designadamente uma solução para a cobertura” do espaço.

“Tendo obtido resposta, a Câmara Municipal de Viseu não a executou. Nesta consideração, impõe-se a questão: onde está, atualmente, o projeto de alteração/cobertura da Praça 2 de Maio, desenhado a posteriori pelo arquiteto Álvaro Siza? Exigimos o direito à sua divulgação pública e à sua discussão alargada”, exigem.

Estes subscritores lembram ainda que “o programa do concurso para a revitalização da Praça 2 de Maio lançado, em 2015, pela Câmara Municipal de Viseu, por ser incompreensivelmente impositivo e determinar, a priori, a solução a adotar, eliminou quaisquer possibilidades de intervenção e revitalização distintas, adequadas e qualificadas”.

Neste sentido, dizem que “após o concurso, foram apresentadas publicamente as três propostas vencedoras. Porém, desconhecendo-se resultados de qualquer debate ou consulta pública, o Município decidiu avançar com a proposta classificada em 2.º lugar”.

“Por fim, consideramos ser um dever de cidadania denunciar – e não admitir – que mais de quatro milhões de euros do erário público sejam gastos numa obra profundamente atentatória do património da cidade”, concluem.

A construção do Mercado 2 de Maio decorreu entre 1877 e 1879 e o seu nome deve-se à entrada na cidade das tropas liberais, chefiadas pelo duque da terceira, em 02 de maio de 1834. No dia 24 de maio de 1876, a vereação viseense aprovou a construção de um novo edifício camarário no âmbito do “Plano de d’obras municipaes, e meios de as levar a efeito” (ATAS, 1876), apresentado pelo vice-presidente Andrade e Silva.

 

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