O relatório foi entregue à Assembleia da República na semana passada (dia 20) e nele conclui-se que falhou a capacidade de “previsão e programação” para “minimizar a extensão” do fogo na região Centro (onde ocorreram as mortes), perante as previsões meteorológicas de temperaturas elevadas e vento.
Os peritos consideram que tem de haver “flexibilidade para ter meios de previsão e combate em qualquer época do ano” e defendem a criação de uma unidade de missão para reorganizar os bombeiros.
Os incêndios destruíram total ou parcialmente cerca de 800 habitações permanentes, quase 500 empresas e extensas áreas de floresta nos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu.
A comissão concluiu que nos incêndios (os maiores da Europa no outono) morreram 48 pessoas (a que se acrescenta outra vítima que morreu sábado passado no hospital), e diz que houve pedidos de meios que não tiveram plena autorização, que a atuação do INEM foi limitada por falhas na rede de comunicações, que os municípios tiveram dificuldades em liderar procedimentos relacionados com emergência e socorro, e que o apoio das Forças Armadas ficou aquém dos desejável.
A comissão, que foi acusada pelo ex-secretário de Estado da Administração Interna e atual deputado Jorge Gomes de ter dados falsos no documento, considera também que o panorama vivido nesses dias se traduziu “numa situação de dramático abandono, com escassez de meios, ficando as populações entregues a si próprias”, e salienta que mais de metade dos incêndios se deveu a causas intencionais ou a negligência.
Lusa
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