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Escavações em Santa Comba Dão revelam ocupação romana entre os séculos I e III

Foram encontrados vestígios de uma antiga villa romana, de entre os séculos I e III depois de Cristo, em Santa Comba Dão, em campanha arqueológica da autarquia.

A campanha arqueológica no Passal – Couto do Mosteiro, em Santa Comba Dão, está a revelar vestígios de uma antiga ‘villa’ que prova ocupação romana, entre os séculos I e III depois de Cristo (d.C.), anunciaram os responsáveis.

“Duas semanas em campo foram já suficientes (…) para avançar com novas hipóteses e questões sobre a cronologia da ocupação deste sítio e a própria função das estruturas encontradas”, afirma a Câmara de Santa Comba Dão, num comunicado divulgado esta quarta-feira.

A autarquia é, mais uma vez, promotora da campanha arqueológica, que recomeçou há duas semanas, depois de uma realizada em 2020, que revelou ruínas associadas ao templo de Santa Columba e que, agora, vêm “confirmar algumas das hipóteses que haviam sido colocadas” nessa ocasião.

“Escavando a um nível mais profundo [os arqueólogos] encontraram provas de ocupação romana, ocorrida entre os séculos I e III d.C.”, revela o comunicado, citando o diretor da campanha, Pedro Matos, que explica “que no setor existia uma antiga ‘villa’ romana”.

Esta “vila” romana, segundo o responsável, “já havia perdido o seu caráter de propriedade senhorial há, pelo menos, meio milénio, tendo posteriormente sido construído o edifício medieval em estudo”.

Agora, 15 dias após o recomeço das escavações, Pedro Matos, “reitera que as ruínas já reveladas em 2020 correspondem, de facto, à “sapata” (fundações) de um edifício contemporâneo ao primeiro registo histórico da igreja de Santa Columba (974 da era cristã)”.

“A própria dimensão da estrutura permite sustentar que se trata de um edifício de cariz público e não de natureza privada, mas não existem dados suficientes para dizer que foram encontrados vestígios da igreja de Santa Columba”, diz.

Pedro Matos considera que “as estruturas reveladas — balizadas cronologicamente entre os séculos X e XIII depois de Cristo (Alta idade Média) — poderão corresponder a um anexo, fisicamente associado ao templo”.

“O diretor da escavação antevê que próximas campanhas permitam perceber a planta da estrutura da Alta Idade Média e sustentar a(s) hipótese(s) sobre a sua função ou funções. Por exemplo, o que já foi escavado deixa antever um edifício de dimensões consideráveis, que poderá permitir dar corpo à teoria da existência, durante a Alta Idade Média, de um pequeno mosteiro na zona”, refere o comunicado.

O documento esclarece que “a escavação em profundidade vai, de igual modo, possibilitar o estudo da sequência ocupacional do sítio arqueológico” uma vez que “há vários séculos de hiato entre o que se conhece da ocupação do local: Alto Império romano — entre os séculos I e III d.C., e Alta Idade Média — entre os séculos. X e XIII”.

Estas escavações em Passal – Couto do Mosteiro estão a ser desenvolvidas por um grupo de arqueólogos da Universidade de Coimbra, dirigido por Pedro Matos, depois de terem começado os trabalhos em 2020, regressam para um trabalho “que alarga o estudo sobre a ocupação humana no primeiro milénio da era cristã”, em Santa Comba Dão, no distrito de Viseu.

Uma vez mais, estes trabalhos de arqueologia são promovidos pelo Município de Santa Comba Dão e realizados em articulação e com o apoio da Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia do Couto do Mosteiro e da Associação de Estudos do Baixo Dão.

 

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