Home / Notícias / Desporto / Covid-19: Confinamento dos miúdos do Cracks de Lamego é com treinos ‘online’

Covid-19: Confinamento dos miúdos do Cracks de Lamego é com treinos ‘online’

O Cracks Clube de Lamego mantém os miúdos dos diversos escalões de formação de futebol em treinos ‘online’, desde que pararam nos relvados, porque o importante é continuar a trabalhar, defendeu à agência Lusa um responsável.

“Nós, no interior, um dos nossos pontos chave é formar com excelência para podermos colocar os atletas noutros níveis competitivos. É sempre o nosso trabalho, ainda mais do que ganhar”, assumiu o coordenador do futebol de 7 e de 9 do Cracks Clube de Lamego, a norte do distrito de Viseu.

André Santiago explicou à agência Lusa que foram “dos primeiros no país a iniciar a época” de futebol de 2020/21, em 01 de agosto, sob “condições especiais”, devido à pandemia de covid-19, o que acabou por permitir “trabalhar de forma diferente algumas limitações e lacunas de alguns jogadores”.

“Estamos a falar de questões físicas e técnicas, mas que não conseguiríamos fazer se tivéssemos jogo ao fim de semana, porque tínhamos de preparar a equipa e assim trabalhámos mais o individual do que o coletivo”, admitiu.

Também treinador dos sub-15, André Santiago adiantou que voltaram aos exercícios em casa, após o encerramento dos equipamentos desportivos, por parte do município, mas o confinamento de março ensinou-os que “o plano individual não vale de muito, porque alguns acabam por não cumprir”.

“E há coisas que nos preocupam extra futebol, entre elas a obesidade, que é perfeitamente visível, e nós detetámos isso quando voltámos aos treinos presenciais no ano passado. Portanto, o exercício físico é fundamental e, depois, também por razões psicológicas e sociais”, argumentou.

Desta vez, os técnicos resolveram “atacar este novo confinamento com sessões sincronizadas com reuniões e com treino físico ao vivo”, porque, desta forma, “estariam todos juntos a participar do treino” com os respetivos treinadores.

E, “para não quebrar a rotina,” à hora do encontro presencial, duas vezes por semana, os equipamentos eletrónicos ligam-se e o treino acontece, tal como acontecia no campo, e, “em alguns casos, até os pais participam, o que é importante”.

“Porque assim cumprimos também a nossa missão de serviço público, porque não trabalhamos para obter resultados imediatos, mas sim para o desenvolvimento do atleta para que possa, em termos futebolísticos, chegar a outros níveis”, assumiu.

E têm chegado, contou. “Recentemente, temos dois atletas de sete anos que assinaram pelo Benfica para a próxima época, para o projeto mini cracks. Não vão para academia em Lisboa, por causa da idade, mas vão para uma filial em Viseu”, destacou.

“Podemos não ter competição, mas devemos continuar a trabalhar, sempre”, defendeu, acrescentando que, “não há muito tempo, outros cinco atletas foram ao ISMAI [Instituto Universitário da Maia], para prestar provas para o Sporting”.

Este olhar dos “grandes clubes nacionais” sobre os Cracks de Lamego poderá ser, no entender do treinador, “um dos fatores de motivação dos miúdos que, apesar de a época ter começado sem competições, continuam a trabalhar e focados”.

Com “foco total no desporto, a sua grande paixão,” está João Santos, de 12 anos, que “persegue o sonho de ser futebolista” e para isso conta com o apoio da família. Neste sentido, o pai, Miguel Santos, contou à agência Lusa que o filho “espera com alguma ansiedade a hora dos treinos”.

Miguel Santos adiantou ainda que o filho “sentiu uma tristeza muito grande por não haver competição” e esta paragem agora “foi mais difícil do que em março, porque agora perderam mesmo a esperança de haver campeonato”.

“É muito difícil para os miúdos, porque gostam de competir e depois deixam-se vencer pela inércia. Não é o caso do meu, pela paixão e sonho que tem, mas a maior parte deles é complicado”, considerou Miguel Santos, que admitiu ter voltado à atividade física “para ajudar os filhos e estimulá-los”.

O presidente do Cracks Clube de Lamego revelou que o número de inscrições baixou no início da época, “mas não muito, uns 15% a 20%, o que não é significativo”, o que faz com que, atualmente, haja “cerca de 250 atletas inscritos”.

“Felizmente, todo o tempo de treinos presenciais, nunca tivemos nenhum caso positivo” de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, notou Marco Rodrigues, que considerou “normal e compreensível o medo de alguns pais”.

Atualmente, com sete escalões de formação de futebol, entre os oito e os 17 anos, o Cracks Clube de Lamego ostenta no seu palmarés o título de campeão nacional de juvenis na época 1977/78, na altura com o atual treinador Álvaro Magalhães.

 

Pode ver também

Mangualde atinge o maior número de bolseiros do ensino superior e aumenta verba em 40%

O Município de Mangualde tem este ano letivo 53 bolseiros do ensino superior, o maior …

Comente este artigo