O presidente do Clube Desportivo de Tondela, Gilberto Coimbra, disse à agência Lusa que retomou os 80% das ações, vendidas em 2018 ao Hope Groupe, assumindo a 100% a responsabilidade do clube da II Liga de futebol.
“O clube retomou o total das ações que tinha alienado e, neste momento, é acionista único. Existe uma SAD, existe um clube, existe um presidente, que é o mesmo para o clube e para a SAD, que sou eu”, clarificou Gilberto Coimbra.
O presidente do Tondela, que ocupa o cargo desde 2003 e é reeleito este ano para mais um mandato de dois, explicou à agência Lusa que “o propósito com que o clube alienou, em 2018, ao Hope Groupe, com o decorrer do tempo, não se verificou”.
“Foram criadas outras ‘nuances’ e apareceu o senhor David Belenguer, que também a ele não correram as coisas como ele pensava, no que diz respeito ao investidor, que não era ele, e agora, com a descida de divisão [no final da época 2021/22], a situação agudizou-se”, assumiu.
Gilberto Coimbra adiantou que, agora, vai “tentar repor a verdade o mais rápido possível, relativamente ao Tondela, não só com a subida de escalão, novamente, como também nas contas”.
“Vou tentar pôr novamente o clube com contas limpas e tentar repor o clube na I Liga, porque é lá que ele deve estar e é lá que é o seu lugar, o mais rápido possível”, declarou o presidente.
Uma das obras que Gilberto Coimbra queria ver finalizada para deixar a direção e para a qual contava com o dinheiro que a SAD ainda devia ao clube é o centro de estágios e que, “para já, vai ficar parado”.
Ou seja, acrescentou, “no imediato para já qualquer coisa, mas de forma temporária, porque tem de haver operações e situações que o clube tem de resolver, de forma a dar resposta às contas limpas” do Tondela.
“Vai ser fácil? Não, não vai, mas tudo farei para que isto se torne uma realidade, tanto as contas limpas como o clube na I Liga e isso a direção tudo fará para alcançar”, prometeu
Gilberto Coimbra esclareceu que “não vai haver processos judiciais, porque se foi uma saída que, só não foi normal, porque se houve uma venda, não devia ter havido uma retoma, mas foi uma saída a bem, sem qualquer litígio”.
“Chegou-se a um entendimento. Não foi difícil, mas também não foi fácil, foi um entendimento do qual o clube a partir de hoje se tornou o único acionista da SAD”, rematou Gilberto Coimbra, que se escusou a dar mais pormenores sobre o processo.
O presidente insistiu que “o clube vai ser novamente o mestre da embarcação, assumindo a gestão na totalidade e, como sempre, tudo fará para ser um clube de boas contas, mesmo com as dificuldades que vai ter”.
“Desde a sua existência que o clube sempre granjeou esse bom nome e se perdeu qualquer coisa, que eu penso que não, vai retomar e granjear esse bom nome e colocar o Tondela a navegar em águas limpas”, concluiu.
O Clube Desportivo de Tondela vendeu, em novembro de 2018, 80% das ações da SAD ao Hope Groupe, detentor de Granada, Parma e dois clubes chineses e liderado pelo ex-futebolista David Belenguer, que assumiu a presidência da SAD até 18 de outubro.
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