“Semear Cinfães” dá nome ao projeto da Câmara de Cinfães, para incentivar e promover a agricultura, de modo a ajudar no orçamento familiar, diminuir o risco de incêndio e proporcionar melhor alimentação, disse hoje o presidente da autarquia.
“Estamos numa crise tremenda, com uma inflação enorme que impõe uma série de dificuldades às famílias e o nosso concelho é rural, mas tem um enorme abandono das terras e, assim, podemos voltar a dar-lhes vida”, admitiu Armando Mourisco.
O presidente socialista da Câmara Municipal de Cinfães disse à agência Lusa que este foi um dos propósitos para lançar a campanha “Semear Cinfães” que, após um dia de promoção nas redes sociais da autarquia “conquistou cerca de 100 residentes que aderiram” ao projeto.
Com um custo, para a autarquia, de “cerca de 30 euros”, cada ‘pack’ engloba sementes como batatas, ervilhas, feijões, espinafre, nabo, pimento, repolho, cenouras, alhos, couves, alfaces, nabiças, salsa, pepinos, tomates, couves-flor, cebolas e brócolos”.
“Ou seja, tudo aquilo que é essencial a uma alimentação saudável e que hoje, perdoe-me a expressão, está pela hora da morte. Com este ‘kit’ estamos também a promover uma alimentação saudável e biológica”, admitiu o autarca.
Além de promover uma “melhor alimentação” aos cinfanenses, o autarca sublinhou que este projeto também “permite um envelhecimento ativo a alguns cidadãos que poderão trabalhar as terras, cada um ao seu ritmo”.
Neste sentido, adiantou que a autarquia vai oferecer ‘packs’ a todas as instituições particulares de solidariedade social (IPSS) para “promover a atividade e ocupação dos residentes e ajudar na sustentabilidade da própria instituição”.
Também as escolas vão receber um ‘pack’ de sementes com o “intuito de colocar as crianças em contacto com a terra desde cedo e incentivá-las a produzir o que comem, ou seja, é fazer com que estejam em contacto com as próprias raízes” do concelho.
Armando Mourisco referiu ainda, à agência Lusa, que, “desde muito novo” se lembra dos trabalhos agrícolas e, “com o tempo e o envelhecimento das pessoas e a saída dos jovens para outros locais isso foi-se perdendo”.
“Há um abandono das terras e a importância da agricultura, e de todo o setor agroalimentar, é importante para a economia do concelho, mas também é importante para as famílias e para o território que, estando trabalhado, é muito mais atrativo”, sustentou.
Outros dos fatores que levou o executivo municipal a aprovar o projeto na última reunião de câmara foi o de evitar os fogos, ou seja, “manter a terra trabalhada contribui e de que maneira para a diminuição do risco de incêndio”.
“Basta ter dois ou três metros de terra à volta da casa trabalhada e o risco do incêndio diminui bastante, além de incentivar e promover novamente a agricultura familiar, tradicional e biológica”, realçou.
Armando Mourisco indicou que “todos os residentes, até mesmo os que só têm segunda habitação em Cinfães, se podem inscrever” na sua junta de freguesia que, depois, a câmara fará chegar as sementes.
“Projetámos 500 ‘packs’, mas oxalá eu me engane e tenha de aumentar o número e tenha de fazer mil. Seria muito bom”, assumiu o autarca.
Lusa
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