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Rogério Abrantes presidente da CM de Carregal do Sal

Câmara de Carregal do Sal exige celeridade na requalificação da Casa do Passal

O presidente da Câmara de Carregal do Sal exige do Governo celeridade no processo de requalificação e musealização da Casa do Passal, onde viveu Aristides de Sousa Mendes.

“A candidatura relativa à requalificação e musealização da Casa do Passal foi inserida em plataforma em março e junho de 2020 e, de lá até então, tem-se encontrada parada e avizinham-se novos obstáculos que teimaremos em querer ultrapassar e, na gestão dos quais, solicitaremos uma filosofia: celeridade”, disse Rogério Mota Abrantes.

O autarca falava na cerimónia de assinatura do protocolo entre a Direção Regional de Cultura do Centro, organismo do Ministério da Cultura, o Município de Carregal do Sal, dono da obra, e a Fundação Aristides Sousa Mendes, proprietária da Casa do Passal, onde o cônsul viveu.

Após a conclusão da obra, que, segundo o autarca, “deverá demorar cerca de ano e meio e deverá custar mais de um milhão de euros”, a comissão de acompanhamento tem meio ano para apresentar um plano de gestão para três anos, tempo do contrato hoje assinado num valor de 300.000 euros.

A ministra da Cultura, que presidiu à assinatura, disse aos jornalistas que “a candidatura que foi iniciada em março foi concluída em setembro, junto da CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] e, neste momento, a informação é que a CCDR está a analisar”.

“Todos os passos têm sido dados, estão a ser tramitados como devem ser tramitados e, acima de tudo, o que me parece neste dia, o que nos importa realçar, pelo menos à ministra da Cultura e ao Governo, é que, finalmente, e após estes últimos dois anos, foi possível fazer um trabalho muito empenhado entre três entidades que são fundamentais para que a memória e o legado de Aristides de Sousa Mendes perdure no tempo”, assumiu Graça Fonseca.

A governante, no seu discurso no decorrer da cerimónia, contou o percurso dos últimos dois anos de “trabalho árduo” que levou à assinatura do protocolo e enalteceu Aristides de Sousa Mendes e o “seu ato de coragem que salvou milhares de pessoas num dos períodos mais negros da história”.

“Este é um projeto estrutural e muito importante (…), porque esta é uma casa histórica, mas tem tudo para se constituir como uma casa de e para a Cultura e claro de humanismo e de solidariedade, onde o património cultural não é só memória, mas é também fonte permanentemente renovada de conhecimento, de debate e de compreensão mútua”, defendeu.

Graça Fonseca destacou “a sua coragem e a sua determinação em desobedecer a uma ordem dos homens” e, no seu entender, “o seu legado não é apenas o seu exemplo, é tudo aquilo que tornou possível” e “é também um símbolo maior de que a cultura cria raízes que a barbárie nunca conseguirá arrancar”.

Não faltaram elogios ao legado de Aristides de Sousa Mendes por parte de todas as entidades presentes, da mesma forma que não faltaram lamentos pelo atraso na valorização do legado deixado por Aristides de Sousa Mendes que a ministra reconheceu, até pelo tempo que “demorou a ser reconhecido pelo Estado Português, só mais de 30 anos depois da sua morte”.

“Hoje demos um passo importante neste caminho que tem vindo a ser percorrido, mais lentamente do que todos desejaríamos e que a urgência do projeto desta natureza impõe”, assumiu a presidente do conselho de administração da Fundação Aristides de Sousa Mendes, Adelaide Rocha.

A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, aproveitou a cerimónia para contar o que se faz noutras cidades para preservar a memória de Aristides de Sousa Mendes, nomeadamente em Bordéus, França, onde foi cônsul.

“Vi na própria cidade um busto do cônsul e visitei uma escola francesa que tinha uma exposição que os alunos tinham realizado sobre Aristides de Sousa Mendes, e nessa escola, que não tinha um único aluno português, ensinava-se português e guardava-se a memória” do diplomata.

 

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