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Bombeiros Voluntários de Viseu com dificuldades económicas

O presidente dos Bombeiros Voluntários de Viseu Carlos costa, diz que a corporação não tem dinheiro “para comprar gasóleo ou pagar salários, estando em causa o socorro” e acusou o Estado de uma dívida superior a 100 mil euros, Carlos Costa falava à margem da cerimónia de entrega do cheque solidário no montante de 11.492,54 euros, resultado do lucro de bilheteira angariado no dia 22, Dia dos Bombeiros Voluntários na Feira de São Mateus, em que a banda D.A.M.A. subiu ao palco.

 

Com um orçamento anual na casa dos 700 mil euros, o presidente da direção da associação humanitária disse que “é muito difícil gerir uma casa assim, onde até os subsídios regulares cada vez chegam mais tarde”.

Carlos Costa lamentou ainda que, “em cinco anos, pela primeira vez, os salários vão atrasar, porque já deveriam ter sido pagos no decorrer da passada semana e só serão pagos esta semana” e que “não é por falta de vontade da direção pagar, é por falta de recursos”.

Carlos Costa levantou ainda outra questão, porque diz não compreender “como é que os bombeiros para prestar socorro têm de pagar ISP [Imposto Sobre Produtos Petrolíferos] no gasóleo, se para as atividades agrícolas ou comerciais há isenções e para os bombeiros não há”.

Na cerimónia de entrega do cheque, o presidente da Câmara Municipal de Viseu Almeida Henriques, mostrou desagrado com a situação e desafiou os restantes dirigentes com os mesmos problemas “a fazerem ouvir a sua voz” e o Estado Central a, “publicamente, estabelecer um prazo de pagamento para que as direções trabalhem com alguma segurança para não serem obrigadas a endividarem-se sem que sejam compensados pelos juros” que terão de pagar à banca.

Almeida Henriques disse mesmo que “é uma situação que provoca um sentimento de revolta, porque o poder local procura todos os dias, com os seus fracos recursos, fazer o que tem de ser feito e depois o Estado central tem um discurso e uma prática diferentes”.

“Mal parece que estes homens e estas mulheres prestem o seu serviço cívico, que as direções, os órgãos sociais, o comando, prestem o seu serviço diariamente com esta lógica de serviço à comunidade e depois têm de andar nestes apertos financeiros que são resultado de o Estado não ser uma pessoa de bem”, rematou Almeida Henriques.

 

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