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BE de Viseu acusa grupo Aquinos de despedir centenas de subcontratados

O Bloco de Esquerda acusou hoje o grupo Aquinos, com sede em Tábua, de ter despedido “centenas de trabalhadores subcontratados” de empresas de trabalho temporário, no contexto da pandemia da covid-19.

Em comunicado, a Comissão Coordenadora Distrital de Viseu do BE toma posição sobre alegadas violações aos direitos dos trabalhadores do grupo de Tábua, distrito de Coimbra, um dos cinco maiores produtores mundiais de sofás e colchões, que tem fábricas também em Nelas e Carregal do Sal, distrito de Viseu.

A estrutura dá conta de reuniões que realizou, este mês, com as unidades locais da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) de Viseu e Lamego, nas quais “apresentou os números de abusos laborais recebidos” pelo partido na plataforma “Despedimentos.pt”, incluindo “um número enorme de despedimentos ilegais e muitos, que não sendo ilegais, são claramente distantes da ética social que devia prevalecer, como, por exemplo, o despedimento abusivo de trabalhadores precários, com vínculos temporários e subcontratados”.

“O grupo Aquinos não fugiu à regra e aproveitou a pandemia para despedir centenas de trabalhadores subcontratados de empresas de trabalho temporário”, segundo a nota.

Esta semana, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Viseu acusou o grupo de “impor férias de forma ilegal aos seus trabalhadores”, no início da pandemia, em março.

Mas, “além das informações denunciadas pelo sindicato”, o BE de Viseu afirma ter “conhecimento de outros abusos laborais que a empresa está a praticar”, como a “retirada dos prémios de produção” e de “uma parte do subsídio de turno”, bem como o “aumento de mais meia hora de trabalho não remunerado para quem trabalha por turnos”.

“As férias (…) foram alteradas sem acordo prévio, houve cortes no subsídio de turno e no prémio de produção mensal e também houve um aumento do horário laboral para quem trabalha por turnos”, situação que, para o Bloco de Esquerda, não passa de uma estratégia concertada da administração para fazer crer aos trabalhadores que os seus postos de trabalho estão em risco” face à crise.

Contudo, “os números da produção das várias unidades industriais do grupo Aquinos (…) estão quase no mesmo patamar de produção que estavam antes da pandemia da covid-19, (…) agora com menos trabalhadores devido à vaga de centenas de despedimentos que aconteceu por causa do novo coronavírus”.

“Isto contrasta claramente com anúncio feito no início do ano de uma faturação superior a 360 milhões de euros, em 2019, e onde a exportação representou 90% da produção do grupo. Quando os números eram positivos, existiu algum tipo de incentivo extra para os trabalhadores?”, pergunta a direção distrital bloquista, que denunciou os casos referidos à ACT de Viseu.

Em março, também o PCP defendeu que a pandemia da covid-19 não pode pôr em causa os direitos laborais e acusou a empresa de “impor ilegalmente” o gozo de férias a milhares de trabalhadores.

 

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