O partido ecologista Os Verdes questionou o Ministério do Ambiente sobre a “inoperacionalidade” da estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Sequeiro que está a “comprometer” a qualidade da água do rio Vouga.
“Esta infraestrutura de tratamento de águas residuais não se encontra em funcionamento, pelo que as águas que aí afluem estão a ser rejeitadas sem qualquer tratamento”, relata o partido.
Num comunicado hoje divulgado, Os Verdes afirmam que se deslocaram às imediações da ETAR da zona Industrial de Sequeirô, em Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, depois de terem “recebido denúncias de cidadãos” que apontam para a “inoperacionalidade há, pelo menos, três meses”.
“No local é percetível que efluentes recebidos nem sequer chegam a entrar na ETAR, sendo encaminhados diretamente para o rio Vouga, contribuindo para acentuar a poluição das águas da albufeira da barragem de Ribeiradio”, destaca.
No documento enviado ao ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, o PEV aponta Oliveira de Frades como um “dos concelhos do país que apresenta piores indicadores ambientais” sobre drenagem e tratamento das águas residuais e onde “apenas 39% das habitações” estão na rede de saneamento”.
“O Ministério do Ambiente e da Ação Climática tem conhecimento que a ETAR Zona Industrial/Sequeirô não se encontra a funcionar há cerca de três meses? Por que motivo esta infraestrutura que recebe as águas residuais da Zona Industrial de Vilarinho, encontra-se inoperacional, sendo percetível que os efluentes são rejeitados sem qualquer tratamento?”, questionam Os Verdes.
O PEV pergunta ainda “que ações de monitorização têm sido realizadas pela APA no sentido de verificar a qualidade e os parâmetros da água rejeitada” e “para quando é que está previsto o funcionamento da ETAR”.
“Esta infraestrutura vai ser sujeita a algum tipo de obras de requalificação? Que medidas estão a ser tomadas para melhorar a qualidade das águas da albufeira da Barragem de Ribeiradio?”, quer ainda saber o PEV.
O partido lembra ainda que, nos últimos anos a “poluição do rio” Vouga, que atravessa o concelho de Oliveira de Frades tem “provocado a eutrofização das águas, ou seja, têm aparecido algas, esverdeando o espelho de água”.
Uma poluição que é “consequência do excesso de matéria orgânica (poluição) nas águas da albufeira, associado a outros fatores como a sua estagnação, as temperaturas elevadas, e o baixo caudal”, sustenta.
Uma situação que acontece “na zona de Sejães, onde são rejeitados os efluentes desta ETAR e da ETAR de Oliveira de Frades”, que “recebe efluentes domésticos e da zona industrial do Vilarinho”, afirma o PEV, que enviou, em 2022, uma carta aberta ao ministro do Ambiente e da Ação Climática.
Lusa
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