Oficinas e uma performance pelas ruas integram um ciclo de programação dedicado ao 25 de Abril que o Teatro Viriato, de Viseu, vai promover a partir da próxima semana.
Numa altura em que se caminha para a celebração dos 50 anos do 25 de abril de 1974, o Teatro Viriato pretende “recuperar as memórias da Revolução”, quer incentivando os mais novos a conhecerem a importância deste período da História portuguesa, quer desafiando os adultos a partilharem recordações.
Neste âmbito, entre 10 e 25 de abril, vai promover o ciclo Arte e Revolução, que inclui várias oficinas e a performance “A Marcha”, criada com a população e que “irá recuperar os protagonistas, os locais, os acontecimentos, as mensagens e as músicas da Revolução de Abril”.
Entre 10 e 14 de abril, o músico e compositor português Gimba e a artista plástica Beatriz Rodrigues vão orientar uma oficina de escrita e artes plásticas, intitulada “Abril em construção”.
“Nesta oficina, os participantes terão a oportunidade de se tornar pequenos revolucionários”, explicou o Teatro Viriato, em comunicado.
Segundo o Teatro Viriato, com Gimba, “irão trabalhar a escrita de protesto, redigir refrãos, escolher palavras de ordem, criar o seu partido e defender a liberdade”, e, com Beatriz Rodrigues, “irão familiarizar-se com as imagens que constituíram a revolução, perceber o impacto das formas, das cores e quais as temáticas utilizadas na construção da imagética visual na comunicação em contexto de revolução”.
Nos dias 19 e 20, Gimba orientará a oficina “A canção de intervenção”, dedicada aos professores. Através de um enquadramento histórico, cronológico e sociológico, Gimba “abordará músicas, letras, autores, temáticas e composição das músicas de intervenção usadas na revolução de abril de 1974”.
“O objetivo passa por analisar e descodificar as mensagens escondidas nas letras e ritmos destas canções, permitindo aos professores apreenderem novas ferramentas que lhes permitam levar a discografia de Abril para a sala de aula e motivar os alunos a conhecer a revolução através das músicas de intervenção”, justificou o Teatro Viriato.
Irá também realizar-se a oficina para famílias “Conta-me como foi e pode ser”, durante a qual serão levantadas perguntas como: “O que é que os mais novos conhecem da Revolução de Abril de 1974? Como é que os seus pais, avós e familiares viveram este momento? Como é que as diferentes gerações idealizam o futuro?”.
O Teatro Viriato explicou que “esta oficina será o ponto de partida para a construção de textos, músicas, imagens a usar na performance ‘A Marcha'”, marcada para o dia 25 de abril e que encerrará o ciclo de programação.
“Nesta performance, que terá início no Teatro Viriato e irá percorrer algumas ruas da cidade de Viseu até se juntar às celebrações que acontecem no Rossio, os participantes das oficinas irão colocar em prática as canções de intervenção e os objetos plásticos que desenvolveram”.
Os interessados em relembrar a revolução e a defender a liberdade poderão juntar-se a esta performance pelas ruas.
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