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Bandas de heavy metal “ressuscitam” aldeia de São Pedro do Sul

Quinze bandas portuguesas e espanholas vão animar a aldeia de Pindelo dos Milagres, no concelho de São Pedro do Sul, na sexta-feira e no sábado, durante o festival “Ressurreição do Metal”, que já é considerado uma tradição pascal.

Em Pindelo dos Milagres, que foi recentemente classificada Aldeia de Portugal, vivem habitualmente cerca de 600 pessoas, mas a população vai duplicar durante o festival de ‘heavy metal’ que este ano se realiza, pela primeira vez, ao longo de dois dias.

“Tínhamos agendados vários concertos no ‘lockdown’ da pandemia [de covid-19] e fomos obrigados a abdicar deles, portanto, com o público agora sedento por atividade, decidimos trazer as bandas todas que tínhamos contactado nesse período e contamos ter lotação esgotada”, referiu Marco do Vale, da associação cultural Milagre Metaleiro.

Segundo Marco do Vale, na primeira edição do festival, em 2008, “toda a gente da aldeia estranhou e os habitantes fecharam-se um bocado”.

“Agora, as pessoas ficam mesmo animadas com isto e são elas próprias que fazem questão de vir para as varandas e para o pátio ver os visitantes e falar um bocadinho com eles, porque perceberam que os apreciadores de ‘heavy metal’ constituem um tipo de público extremamente educado e cívico”, contou.

O convívio entre população e visitantes é considerado um dos principais motivos de atração do festival, uma vez que uns e outros “gostam de contactar com quem vive noutros sítios, de trocar experiências e de conhecer outros hábitos”, referiu Marco do Vale, acrescentando que isso resulta “numa simbiose cultural que ultrapassa a questão do heavy metal e da música”.

A associação Milagre Metaleiro está a preparar excursões a partir de Lisboa, Coimbra e Leiria, de forma a facilitar o acesso a esta aldeia do distrito de Viseu, que “se mantém despojada no seu urbanismo, pacata no ritmo e com uma vivência de ruralidade marcada pela produção agrícola e pela panificação”.

Os habitantes da aldeia já começaram a antecipar a chegada dos “metaleiros”, encontrando-se a ajudar na adaptação logística do pavilhão que acolherá os concertos, a planear as refeições a servir aos visitantes e a libertar a agenda “não só para a música, mas também para o convívio na esplanada local, na soleira da porta, nas escadas da rua e onde mais der para beber um copo entre dois dedos de conversas com os forasteiros”, avançou.

Um evento que foge ao que seria convencional num meio rural tem, desta forma, criada uma nova tradição pascal. Aos moradores e aos forasteiros costumam juntar-se aqueles que foram viver para o estrangeiro e para outras localidades portuguesas e regressam à sua terra por altura da Páscoa.

“Instalamos uma cozinha ao lado do pavilhão e servimos pratos como rancho beirão e feijoada de carnes, sem esquecer o bacalhau, porque o primeiro dia do festival é na Sexta-Feira Santa, em que os católicos fazem jejum”, avançou Marco do Vale.

Para finalizar o repasto, há uma especialidade local, “o pindelinho, que faz lembrar um pastel de feijão, mas é feito com amêndoa”, acrescentou.

No que respeita ao cartaz musical, o “Ressurreição do Metal” contará com a presença de 12 bandas portuguesas e três espanholas.

No feriado de sexta-feira, atuarão as bandas Hórus, Lilith’s Revenge, Hochiminh, Frozen Shield, Terror Empire, Drakum, Destroyers of All e Bleeding Display. No sábado, o palco será ocupado pelos coletivos Skars, Velkhanos, My Enchantment, Xeque-Mate, Vëlla, Pitch Black e Seventh Storm.

Trata-se de um repertório “bastante eclético e alargado, com muitos subgéneros do heavy metal, para incluir propostas adequadas a todos os gostos, desde as sonoridades mais ambientais do rock metal até ao registo mais extremo do metal”, justificou Marco do Vale.

A aldeia de Pindelo dos Milagres foi classificada como Aldeia de Portugal pela Associação de Turismo de Aldeia (ATA), após um trabalho conjunto do município de São Pedro do Sul e da Associação de Desenvolvimento Dão, Lafões e Alto Paiva (ADDLAP), em parceria com a junta de freguesia, estruturas locais e a comunidade.

 

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