A Ecobeirão SA, empresa intermunicipal de tratamento dos resíduos sólidos urbanos produzidos no território dos 19 municípios do Planalto Beirão, outorga na próxima segunda-feira, dia 11 de outubro, pelas 15:00 horas, na sede da Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão (AMRPB), o contrato de investimento para a construção da nova instalação industrial de preparação de Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR).
O investimento promovido pela AMRPB, na qualidade de entidade titular das responsabilidades pela gestão dos resíduos urbanos nos 19 municípios associados, no valor de cerca de 8,5 milhões de euros, é cofinanciado pelo Fundo de Coesão da União Europeia através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos do Acordo de Parceria Portugal 2020.
A nova instalação industrial, que será construída no Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos de Tondela, vem equipar o Sistema de Gestão de Resíduos da Região do Planalto Beirão com mais uma importante valência na gestão das cerca de 140 mil toneladas anuais de resíduos urbanos, produzidas num território com mais de 6 mil quilómetros quadrados e com uma população de cerca de 350 mil habitantes.
Esta instalação vai juntar-se às Centrais de Triagem de resíduos de embalagens e de papel/cartão, à Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico, à Unidade de Confinamento Técnico (aterro sanitário) e à Estação de Tratamento de Lixividos do Centro de Tratamento de Tondela.
A instalação de uma linha de preparação de CDR vem dar uma resposta determinante ao problema originado pela chamada fração resto: o conjunto de resíduos não recicláveis que sobram das operações de tratamento e de recuperação de recicláveis desenvolvidas no Centro de Tratamento de Tondela e que, na ausência de alternativa, têm obrigatoriamente de ser confinados em aterro, com impacto no custo suportado pelos utilizadores e consequências ambientais negativas ao nível, por exemplo, da emissão de gases com efeito de estufa.
A região Centro, na qual se integra o Sistema de Gestão de Resíduos Urbanos do Planalto Beirão, produziu em 2017 mais de 439 mil toneladas de fração resto, o equivalente a 58% do total produzido a nível nacional. O Sistema do Planalto Beirão produziu em 2018 mais de 90 mil toneladas.
A solução preconizada pela construção das instalações de preparação de CDR representa uma resposta dos 19 municípios do Planalto Beirão ao problema da fração resto de tratamento de resíduos, com potencial acrescido ao configurar uma solução com alcance regional.
Os produtores de resíduos da Região do Planalto Beirão pagaram em 2020 mais de 800 mil euros de Taxa de Gestão de Resíduos, na sua fatura do serviço de gestão de resíduos, pela deposição em aterro de mais de 124 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos.
Esta taxa é uma obrigação legal cujo produto reverteu em quase 70% para a Agência Portuguesa do Ambiente e para a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
Os equipamentos desta nova infraestrutura preveem a trituração, triagem e desidratação da fração resto de resíduos urbanos processada e posterior armazenamento do CDR produzido.
O projeto tem uma capacidade instalada para tratar até 50 mil toneladas anuais de fração resto e produzir um CDR com elevado valor calorífico, suscetível de aproveitamento energético, cuja utilização impactará positivamente a dependência nacional de combustíveis fósseis e a diversificação das fontes de energia.
A construção da nova infraestrutura de preparação de Combustíveis Derivados de Resíduos insere-se num conjunto de investimentos de modernização e de ampliação dos equipamentos e infraestruturas de gestão de resíduos urbanos, promovido pela Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão.
Um investimento total de cerca de 35 milhões de euros, cofinanciado no quadro da política de coesão da União Europeia entre 2015 e 2023, com o objetivo de preparar a gestão de resíduos urbanos na Região do Planalto Beirão para os desafios decorrentes da adoção do Pacto Ecológico Europeu e do Plano de Ação para a Economia Circular.
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