A Casa do Povo de Alcofra, em Vouzela, vai construir um lar, com capacidade para 36 camas, num investimento de quase dois milhões de euros (ME), prevendo criar 16 postos de trabalho, anunciou o presidente da instituição.
“É um projeto de um lar que vai ter capacidade para 36 camas e apoio domiciliário para 20 pessoas, que é um serviço que já temos atualmente. Em princípio são 16 postos de trabalho que vamos criar e temos dois anos para a obra estar terminada”, especificou, em declarações à agência Lusa, António Marques.
O responsável sublinhou que “a vontade de construir um lar já é antiga” e que, em 2010, foi feita a primeira candidatura, mas a Casa do Povo recusou porque o apoio “era muito pequeno e não seria possível avançar” com o projeto.
“Depois de ‘altos e baixos’, chegou finalmente a carta a dizer que foi aprovado e com o apoio máximo, ou seja, 80% do valor do investimento e agora vamos avançar com o concurso público e com tudo o que é preciso para a obra arrancar”, afirmou.
Entre os problemas a enfrentar, António Marques apontou “a burocracia e a necessidade de arranjar a verba que falta, uma vez que a Casa do Povo não tem esse dinheiro”, tendo em conta que “são quase dois ME de investimento e o apoio é de 80%” desse valor.
“Teremos de recorrer à banca. Para já, temos um acordo de cavalheiros com compartes, que vão apoiar no que puderem, vamos fazer peditório pela freguesia e o resto vamos pedir à banca, não há outra forma. A parte mais difícil já está, que era a aprovação do projeto”, realçou.
“Vivemos numa região bastante envelhecida e a nossa freguesia é uma delas. É certo que temos mais lares no concelho [de Vouzela], mas há espaço para mais um e nós achámos por bem arriscar”, admitiu António Marques.
O projeto do lar contempla, entre outros espaços, duas alas residenciais, com quartos individuais e duplos, área administrativa, cozinha e sala de refeições, serviço de enfermagem e gabinete médico.
O terreno onde a estrutura vai nascer “foi doado por um habitante para este propósito” e, tendo em conta as dimensões, António Marques disse que, “quem sabe, no futuro, não possa vir a ter também jardim-de-infância ou centro de dia, porque terreno não falta”.
O que está em falta são os acessos ao espaço e, para isso, “a Câmara Municipal de Vouzela assumiu a responsabilidade de tratar das acessibilidades para o lar” que, no seu entender “ou se fazia agora ou nunca mais nasceria”, sustentou António Marques.
“A Casa do Povo de Alcofra tem feito um trabalho extraordinário e tem havido uma proximidade muito forte no apoio às candidaturas, porque é uma pretensão muito grande das comunidades locais”, defendeu o presidente da Câmara de Vouzela.
Rui Ladeira explicou à agência Lusa que esta nova estrutura vai “dar uma resposta social muito importante para o concelho” e que a autarquia, além das acessibilidades para o terreno, “também vai reforçar o PT para aumentar a capacidade de energia, porque a estrutura vai aumentar exponencialmente o seu consumo”.
O autarca considerou ainda que “além do efeito social e da criação de postos de trabalho”, este projeto tem também “um fator de desenvolvimento económico, porque vai ativar aquilo que é uma economia de proximidade muito importante”.
“É uma estratégia que queremos para esta e outras IPSS [instituições particulares de solidariedade social], a de sustentabilidade e de circuitos curtos de produtos locais e, se nos deixarem, poderá haver aqui uma rede para usar na alimentação que queremos que seja com qualidade”, numa lógica de “sinergias e desenvolvimento económico”, defendeu.
Comente este artigo