Vouzela vai ter um centro de demonstração de uma tecnologia que permite produzir energia limpa todos os dias do ano, sem depender das condições climatéricas e sem ocupar muito espaço, cuja primeira pedra foi ontem lançada.
“Estamos em presença de um projeto-piloto, demonstrador, de produção de energia limpa, todo ano”, disse aos jornalistas a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, acrescentando que o objetivo é produzir energia “com base numa tecnologia assente nuns tubos que são enterrados no solo”.
No Centro de Demonstração de Tecnologia Energética de Vouzela – um investimento totalmente privado, cujo valor não foi revelado – será aperfeiçoada uma tecnologia alemã.
“Se se demonstrar que é possível escalar e multiplicar este projeto, os empresários têm previstos outros investimentos em territórios do interior, o que para nós é claramente uma vantagem”, frisou.
Ana Abrunhosa apontou a vantagem de ser preciso pouco espaço: “para produzir a mesma quantidade de energia, enquanto na energia solar é preciso um campo de futebol, aqui é preciso meia baliza”.
Segundo a ministra, existe também a vantagem de serem “projetos ideais para territórios de baixa densidade”, tendo-se os empresários comprometido a ceder parte da energia produzida para edifícios públicos, instituições particulares de solidariedade social e população local.
“Podemos ter o concelho de Vouzela alimentado, a não gastar um cêntimo em energia e a gastar apenas energia limpa com base numa fonte sustentável”, realçou a governante, acrescentando que vai “acompanhar e aguardar com expectativa” o desenvolvimento do projeto, cujos primeiros resultados devem ser conhecidos “nos próximos dois anos”.
Este projeto de iniciativa empresarial está a ser acompanhado pela Direção-Geral de Energia e Geologia e pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto.
O presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira, mostrou-se convicto de que se trata de “um projeto com potencial de alavancagem do concelho, da região e do país”.
O autarca frisou quer a “criação de emprego qualificado para a operação em si”, quer a possibilidade de ser criado um “cluster industrial de fabrico de componentes para este tipo de projetos tecnológicos”.
“Vamos acompanhar a evolução deste projeto-piloto e deste centro demonstrativo, esperando alcançar os bons resultados que todos ambicionamos”, acrescentou.
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