Porto, Viseu e Lisboa acolhem, entre 18 de setembro e 03 de outubro, o MEXE – 6.º Encontro Internacional de Arte e Comunidade, que tem o tema “O Risco” como eixo central da programação, foi hoje anunciado.
A organização da iniciativa, em comunicado, refere que, “num ano desenhado com particular dificuldade, indefinição e intensidade, o MEXE questiona o risco de desistência do humano e das suas múltiplas possibilidades de ser e estar”.
“Tendo como eixo central da sua programação o tema O Risco, o programa a decorrer no Porto, Viseu e Lisboa entre os dias 18 de setembro e 03 de outubro, aponta o foco para a forma como as práticas artísticas comunitárias podem ser um ponto de partida para a reparação, a restauração de forças e a renovação de vivências”, adianta o texto.
A organização avança os primeiros projetos para a edição deste ano: “as histórias e relações entre Miragaia, o Porto e o Rio Douro de ‘Altamira 2042’, as trocas culinárias com o gosto de amanhã de ‘Sabor Visceral do Futuro’, e a auto proclamação do ‘Centro Cultural das Fontaínhas – Laboratório dos Riscos Impossíveis’”.
“Altamira 2042”, de Gabriela Carneiro da Cunha, “tendo como ponto de partida o trabalho e performance desenvolvidos no Brasil em torno do Rio Xingu, propõe-se a entrosar os testemunhos de rios que vivem experiências de catástrofe, partindo da perspetiva do próprio rio e das populações que os rodeiam”.
Para o MEXE, Gabriela Carneiro da Cunha irá trabalhar com a população de Miragaia “num processo de recolha e criação que culminará num momento performativo que aponta a novas ideias sobre a relação da cidade com o Rio Douro”.
“Sabor Visceral do Futuro”, do coletivo BOCA, que reúne uma ‘chef’, duas consultoras e uma ‘designer’ de experiências, “junta sete trabalhadores (produtores, vendedores e cozinheiros) e sete moradores de uma periferia do Porto numa oficina de partilha de memórias e troca de experiências, que culminará numa refeição onde se invertem os papéis tradicionais dos participantes, numa tentativa de imaginar a gastronomia do futuro”.
Já “Centro Cultural das Fontainhas – Laboratório dos Riscos Impossíveis” é um projeto “especulativo, um não-lugar que visa potenciar a apropriação da linguagem sobre o ‘risco’ num contexto de exploração artística em comunidade”.
“A auto proclamação deste Centro decorre de um movimento cultural espontâneo que surgiu nas Fontaínhas (Porto) em maio de 2020 e que dura até então. É um movimento de desconfinamento dos corpos, dos espíritos e das liberdades individuais e coletivas num contexto de isolamento e de discurso sobre o medo. Na sexta edição do MEXE, o coletivo convida as artistas Dayana Lucas e Cecília de Fátima, e os músicos catalães Sara Fontán e Edi Pou a estudarem o território e, com os moradores, construírem um concerto de participação comunitária”, explica a organização.
O MEXE é coorganizado pela associação PELE – Espaço de Contacto Social e Cultural e a MEXE – Associação Cultural.
Entretanto, estão abertas candidaturas para a 4.ª edição do EIRPAC – Encontro Internacional de Reflexão sobre Práticas Artísticas Comunitárias.
A iniciativa, que resulta de uma parceria entre o MEXE e cinco instituições de ensino superior portuguesas (Universidade de Évora, Universidade do Porto, Instituto Politécnico do Porto, Universidade do Minho, Instituto Politécnico de Lisboa) e representantes de duas universidades brasileiras, irá decorrer entre os dias 21 e 24 de setembro.
Os interessados em participar deverão submeter, até 16 de maio, “a proposta de comunicação, oficina, poster e trabalho artístico, na plataforma digital disponível em www.eirpac.org, onde poderão também consultar o regulamento aplicável”.
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