O velório do antigo ministro e dirigente socialista Jorge Coelho, que faleceu na quarta-feira, será na Basílica da Estrela, em Lisboa, na sexta-feira, e o funeral, no sábado, para o jazigo de família no cemitério de Santiago de Cassurrães, no município de Mangualde.
Fonte do PS adiantou à agência Lusa que o velório na Basílica da Estrela terá lugar a partir das 19:00, e que no sábado, pelas 08:30, haverá uma missa, antes de o cortejo fúnebre seguir para Mangualde, no distrito de Viseu.
Num ato simbólico, em reconhecimento e memória do antigo ministro, a câmara de Mangualde decretou três dias de luto municipal, a partir de hoje e até sábado.
Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho, ministro nos dois governos liderados por António Guterres (1995/2002), faleceu aos 66 anos, na Figueira da Foz, vítima de ataque cardíaco fulminante.
Jorge Coelho iniciou-se na atividade política pela extrema-esquerda, tendo militado em movimentos como os Comités Comunistas Revolucionários Marxistas-Leninistas (CCR-ML) e Partido Comunista Reconstruído PC(R), que mais tarde deu origem à formação da UDP (União Democrática Popular).
Filiou-se no PS em 1983, esteve em Macau entre 1986 e 1991 e, no início da década de 90, iniciou uma intensa colaboração política com António Guterres, que chegou ao cargo de secretário-geral dos socialistas em janeiro de 1992.
O conhecimento das estruturas do PS valeu a Jorge Coelho a designação de “homem da máquina” ou “homem do aparelho”. Na sequência do triunfo do PS nas eleições legislativas de 1995, foi ministro Adjunto, da Administração Interna e, depois, da Presidência e do Equipamento Social até 2001.
Há 20 anos, após a queda da ponte de Entre-os-Rios, na noite de 04 de março de 2001, onde morreram 59 pessoas, Jorge Coelho assumiu as responsabilidades políticas pelo sucedido e – num gesto raro na política portuguesa – demitiu-se de imediato de ministro da Presidência e do Equipamento Social, com a tutela sobre as pontes, numa conferência de imprensa realizada madrugada dentro.
Jorge Coelho esteve na primeira linha da campanha socialista para as legislativas de 2005, em que José Sócrates alcançou para o PS a primeira e única maioria absoluta, mas não integrou o Governo que resultou desse ato eleitoral, nem permaneceu como deputado na Assembleia da República.
Depois disso, afastou-se da política ativa para se dedicar à vida empresarial e, anos mais tarde, foi presidente da Comissão Executiva da Mota-Engil (2008/2013), que deixou depois para abrir uma fábrica de queijo, na sua terra natal, Mangualde, a Queijaria Vale da Serra.
No plano partidário, assumiu pela última vez um lugar formal em setembro de 2014, quando presidiu à comissão eleitoral das eleições primárias do PS, abertas a todos os cidadãos e que foram disputadas entre o então líder socialista, António José Seguro, e o atual primeiro-ministro, António Costa.
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