As obras de requalificação da Igreja Românica de Canas de Santa Maria, conhecida também por Igreja Velha, estão concluídas.
Os trabalhos incidiram na reabilitação, reparação e limpeza dos elementos estruturais existentes no templo, tal como a reparação das coberturas, preservando os traços arquitetónicos originais do edifício.
Os espaços exteriores também foram reabilitados, com a aplicação de lajetas em granito, tendo ainda sido reparados os muros de vedação e dos acessos, bem como a colocação de iluminação exterior.
No âmbito desta empreitada, foi também feito um acesso junto à igreja, para viaturas, paralelo à Ecopista do Dão.
Durante a intervenção ficou comprovado que neste local eram feitos enterramentos e procedeu-se à verificação do solo, através de prospeção geofísica e, mais tarde, por prospeção de refração sísmica.
Cada método, com a sua área de especialidade, levou à identificação de inúmeras estruturas, nomeadamente restos de muros e sepulturas.
De seguida foram abertas quatro sondagens arqueológicas que permitiram descobrir materiais desde o século XII à Idade Contemporânea (ossadas, moedas e várias tipologias de cerâmicas). Numa das sondagens foram identificados dois caixões de chumbo, algo que não é comum, em território nacional, nestes contextos.
Numa outra sondagem, terá sido identificado o antigo muro do templo primitivo que remontará ao século XII.
De acordo com o Município de Tondela, a intervenção na Igreja Românica de Canas de Santa Maria – cuja fachada está classificada como Monumento Nacional – tem como objetivo potenciar a atratividade da região, com vista ao aumento do número de visitantes.
A empreitada teve um investimento total de 198 mil euros, tendo sido apoiada financeiramente em cerca de 161 mil euros, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), sendo o restante valor assegurado pelo Município de Tondela.
Segundo a Direção Geral do Património Cultural, a Igreja Românica de Canas de Santa Maria teve origem no século XII. As Inquirições de 1258 referem que a rainha D. Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques, determinou que se construísse o templo, facto que levou a que a própria localidade ficasse a ser conhecida a partir desse polo patrimonial estruturante. Os elementos materiais mais antigos remanescentes, todavia, são de época posterior, eventualmente do século XIV.
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