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Tondela: Município considera inadmissível encerramento da Via Verde Coronária e da urgência cirúrgica e ortopédica do CHTV

A presidente da Câmara Municipal de Tondela considera inadmissível e mostra-se extremamente preocupada com o funcionamento da urgência do Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV), que durante este mês de novembro estará encerrada no período noturno nas especialidades de cirurgia e ortopedia. Também a Via Verde Coronária estará inativa por 12 dias este mês por indisponibilidade dos médicos em realizarem mais horas extraordinárias.

A urgência de cirurgia geral e ortopedia do CHTV estará fechada entre as 19h00 e as 08h30 durante todo o mês de novembro. Durante este período o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) deverá orientar todas as situações de trauma para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que é o hospital de referência.

Já a Via Verde Coronária estará inativa durante 12 dias, já a partir deste sábado (4 de novembro), cabendo igualmente ao CODU orientar os casos para Coimbra.

“As urgências são fundamentais. A seguir o que é que vai acontecer? Quando uma administração não consegue garantir um dos serviços mais importantes para as populações revela-se incapaz de fazer o seu trabalho”, afirma Carla Antunes Borges.

“E agora como é que ficarão os nossos munícipes? Para serem atendidos em Coimbra os nossos doentes terão pela frente uma viagem pelo IP3 de cerca de uma hora”, refere, acrescentando que muitos serão igualmente empurrados para os privados.

Na opinião da autarca, “o caos” das urgências “é consequência de más decisões do passado, onde a ideologia da geringonça impediu que fossem encontradas soluções que privilegiassem o utente e não o sistema, não envolvendo os privados nesta equação”.

Preocupada também com o funcionamento da urgência e o impacto que a greve dos médicos às horas extraordinárias possa ter também no Hospital de Cândido de Figueiredo, unidade que integra o CHTV, a presidente da Câmara de Tondela vai solicitar com carácter de urgência uma reunião com a administração do centro hospitalar.

Carla Antunes Borges garante que tem vindo a alertar “para a necessidade de ser feita uma avaliação rigorosa dos recursos” e aponta o dedo também ao Governo.

“A administração não é a única com responsabilidades, a tutela também as tem por ser inoperante na gestão dos recursos humanos. Não basta fazer obras, que mesmo com fundos disponíveis são de difícil concretização”, defende.

Numa altura em que o município está a negociar com o Governo a delegação de competências em matéria de saúde, a autarca não deixa de lamentar que o Ministério da Saúde não faça tudo aquilo que lhe compete.

“Falar de Saúde, como sempre temos dito, é muito mais do que falar de transferência de competências”, conclui.

 

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