O Sindicato das Indústrias Transformadoras Centro Norte disse hoje à agência Lusa que a Covercar, uma fábrica de confeção de capas automóveis sediada em Canas de Senhorim, Nelas, vai despedir 33 funcionários “o mais rápido possível”.
As trabalhadoras foram notificadas na segunda-feira por carta e nós recebemos hoje, por parte da empresa, a comunicação da intenção do despedimento coletivo a 33 trabalhadores e só ficam meia dúzia da parte logística”, disse Amadeu Santos.
Este dirigente sindical explicou à agência Lusa que “já há uns meses que as trabalhadoras tinham dito que havia uma decréscimo de trabalho e que devia estar a ser deslocalizado para a fábrica de Marrocos, apesar de a administração não dar justificações” para essa redução laboral.
A Covercar, continuou Amadeu Santos, “está já há muitos anos em Nelas e, em 2017, inaugurou novas instalações na freguesia de Canas de Senhorim”, onde são “produzidas capas para automóveis, ou seja, a maioria dos trabalhadores são da área da confeção”.
“Os trabalhadores já nos tinham dito, nos últimos meses, que não havia novos contratos e estavam a prever que isto iria acontecer, mais dia menos dia. Já tínhamos essa noção, de que a empresa iria encerrar, que é o que irá acontecer se só ficarem meia dúzia de pessoas”, apontou.
Apesar de a lei dizer que os trabalhadores têm de ser avisados de um despedimento coletivo com 75 dias de antecedência, “porque há lá trabalhadoras com mais de 10 anos de casa”, Amadeu Santos disse que o comunicado aponta para “o mais rápido possível”.
Amadeu Santos explicou que a justificação que administração apresenta nesta “intenção de despedimento coletivo” agora anunciada “é a crise que se faz sentir no setor automóvel”, mas “não é só isso, é também a deslocalização” para Marrocos.
“Vamos agora negociar entre as partes, em conjunto com a DGERT [Direção-geral do Emprego e das Relações do Trabalho], que é a secção do Ministério de Trabalho para estas questões, para ver o que conseguimos”, adiantou.
Ainda sem nenhuma reunião marcada, uma vez que a notificação chegou hoje, Amadeu Santos admitiu que está a ver “com muita dificuldade” esta negociação, “pelo menos, na totalidade dos trabalhadores”, acrescentou.
“Os trabalhadores estão também a eleger uma comissão de representantes para que em conjunto, nós, sindicato, a DGERT e a administração, possamos tentar negociar alguma coisa, ou se se materializa o despedimento em concreto às 33 pessoas”, concluiu.
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