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Quatro estreias e três reposições fecham programação dos 20 anos do Teatro Viriato

A coreografia “Last”, da Companhia Paulo Ribeiro, “Vão”, da Companhia Erva Daninha, a “Viagem a Portugal”, do Teatro do Vestido, e uma ópera contemporânea, “Akhnaten”, de Philip Glass, são as estreias do último ciclo da temporada de 2019 do Teatro Viriato, em Viseu, adiantou a diretora.

Paula Garcia, na apresentação da programação para este quadrimestre, destacou “a mais recente criação da companhia residente”, de Paulo Ribeiro, e o regresso da Erva Daninha, “que foi desafiada, através da rede Cinco Sentidos, a desenvolver este trabalho”, que sobe ao palco ainda em setembro.

“Vão circular por todas as casas da rede [Cinco Sentidos], mas a estreia é no Teatro Viriato, a 28 de setembro. Em palco vão estar dois intérpretes e dois autores, o Vasco Gomes e o Leonardo Ferreira, que é um português com uma formação numa das mais prestigiadas escolas de novo circo da Europa, o CNAC [Centre National des Artes du Cirque], em França, onde é muito difícil entrar, e ele está de regresso a Portugal e apresenta-se neste trabalho”, destacou.

A “Viagem a Portugal”, marcado para dezembro, “é da artista residente no Teatro Viriato”, a atriz, dramaturga e encenadora Joana Craveiro, diretora artística do Teatro do Vestido, que “apresenta um trabalho sobre Portugal, sobre a sua história e sobre as histórias sociais, geográficas e políticas num país, pós 25 de Abril”.

Nesse sentido, “a artista faz entrevistas na cidade” de Viseu, envolvendo o meio num processo de investigação, caraterístico do seu trabalho.

No campo das reposições, Paula Garcia explicou aos jornalistas que o Teatro Viriato foi “buscar projetos que, de alguma forma, foram emblemáticos na relação com os mecenas e com a sociedade civil”, até porque, no entender da diretora, “o mecenato é uma forma de as empresas investirem na cidade e nos viseenses”.

“A caixa para guardar o vazio”, da escultora Fernanda Fragateiro que, em 2005 foi desafiada pelo então diretor do teatro, Miguel Honrado, a criar uma `performance` para o espaço do Lar Escola Santo António, em frente ao edifício do teatro, regressa ao mesmo lugar, e agora com a promessa de uma digressão nacional e internacional.

“Viajantes Solitários”, um espetáculo de 2015, também de Joana Craveiro, que viajou pela Europa, é outra das reposições. “Construído a partir de uma extensa recolha de histórias de vida e da estrada de camionistas”, o espetáculo acontece “dentro de um camião”, estacionado à frente do Teatro Viriato. Depois da apresentação em Viseu, também rodou por Espanha, Suíça e Itália.

A “Voz do Rock” é o terceiro projeto a regressar à programação cultural, por desafio do Teatro Viriato, com a presença da viseense Ana Bento, depois de se ter apresentado em 2014, no claustro do Museu Grão Vasco.

“Desta vez o convidado de Ana Bento, e do seu grupo `Avós do rock`, é Kalu, um dos mais emblemáticos bateristas de Portugal”, o nome que, no seu currículo de 40 anos tem os Xutos & Pontapés, e que também fez parte do Palma`s Gang.

As transmissões ao vivo das encenações da temporada do teatro da Metropolitan Opera de Nova Iorque continuam a passar no Teatro Viriato, uma vez que a direção renovou por mais um ano o contrato estreado no ano passado, perante a adesão surpreendente do público.

“Não estávamos à espera que as óperas atraíssem pessoas de fora de Viseu, e que passam a noite num hotel da cidade, para virem [assistir]. No início não foi muito óbvio para nós, mas depois entendemos, porque, no centro norte do país, a única estrutura que está a apresentar a transmissão da ópera [do Met] é o Teatro Viriato”.

“Só em Lisboa, na Fundação [Calouste] Gulbenkian é que é possível assistir”, disse Paula Garcia, aludidindo às transmissões do Met, em Nova Iorque, integradas na temporada de música da Fundação.

Os espetadores chegam “principalmente de Braga, Porto, Vila Nova de Gaia, Aveiro, Coimbra e Guarda”, e deslocaram-se à cidade de Viseu para assistir ao `pacote` de 12 óperas da última temporada. Agora espera-se que “marquem presença nas 10 [óperas] deste novo ciclo”, uma vez que “é um público que vai crescendo de ópera para ópera”.

Ao longo dos quatro meses de 2019, sobem ainda ao palco do Teatro Viriato outros espetáculos como “Space Quartet”, de Rafael Toral, as “Sequências Narrativas Completas”, de João Sousa Cardoso, “Do Bosque para o Mundo”, a peça de Inês Barahona e Miguel Fragata sobre a situação dos refugiados, e “Parasomnia”, de Patrícia Portela, a partir de um ensaio e esboços de Acácio Nobre.

 

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