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Profissionalização e sexualidade são temas do Encludança em Viseu

A profissionalização e a sexualidade serão os temas a abordar durante a sexta edição do Encludança – Encontro Internacional de Arte e Acessibilidade, que se realizará em Viseu, na próxima semana.

Organizado pelo Teatro Viriato e pela companhia Dançando com a Diferença, o Encludança decorrerá entre os dias 13 e 17 e juntará associações de apoio a pessoas com deficiência, associações culturais, profissionais da área cultural e pessoas de vários quadrantes da sociedade.

Na opinião do diretor artístico do Teatro Viriato, Henrique Amoedo, “a profissionalização e a sexualidade são temas basilares na conquista de uma vida plena para qualquer pessoa” e, por isso, “abordar estes temas é refletir sobre a dignidade humana”.

O objetivo é não só conhecer as “abordagens muito atuais” dos convidados sobre os vários temas das conferências, mas também “ouvir as dúvidas e anseios de pessoas com deficiência” sobre eles.

“O trabalho como pertença e participação” será um dos temas centrais a abordar, com o orador Mário Pereira, da Associação de Solidariedade Social de Lafões (de Oliveira de Frades), e a participação especial da Associação de Viseu de Portadores de Trissomia 21.

Haverá também uma conferência dedicada ao tema “Autonomia e Afetos”, conduzida pela jornalista e consultora de Desenvolvimento Inclusivo Flávia Cintra, na qual participará o núcleo de Viseu da companhia Dançando com a Diferença e a Associação Pais 21 – Down Portugal.

O programa do sexto Encludança inclui ainda aulas de dança em diferentes instituições de Viseu, orientadas por Milton Branco, da Dançando com a Diferença (Madeira), e uma formação com Marcela Benvegnu, da Associação Pró-Dança (São Paulo Companhia de Dança e São Paulo Escola de Dança), centrada na Comunicação nas Artes Performativas.

Segundo Henrique Amoedo, este é um “evento que estimula a proximidade entre os participantes, conferencistas e formadores”.

“Esperamos que tal proximidade seja capaz de gerar um ambiente de aprendizagem e troca de informações agradável e ao mesmo tempo profundo, nas temáticas abordadas e formas de observá-las”, referiu.

O Encludança teve início em 2010, na Madeira, com o objetivo de questionar diferentes modos de utilização dos conceitos de diferença e inclusão.

“Pretendíamos, naquela altura, fomentar a discussão sobre a presença das pessoas com deficiência no universo da dança. Sentíamos que outros grupos, para além da Dançando com a Diferença, começavam a conquistar espaço no meio da dança em Portugal e era importante, na nossa perspetiva, conhecer outras realidades, outros trabalhos similares, de outras regiões do globo”, recordou.

Henrique Amoedo explicou que, se inicialmente se pensava “na participação das pessoas com deficiência no universo das artes”, depois passou a pensar-se “na sua profissionalização neste mesmo universo, nas suas possibilidades de formação, nas suas possibilidades de intervenção”.

“Há todo um leque de possibilidades que vai-se abrindo à medida que novos espaços são conquistados. É assim a evolução. É desta forma que as sociedades evoluem. Com alguma fricção, em vários momentos, com avanços e retrocessos, mas sempre no sentido de chegarmos à conquista e manutenção de condições mais dignas a todas as pessoas”, sublinhou.

A sexta edição do Encludança insere-se no projeto INSUL’arts, que tem como alicerces principais a “Igualdade e participação”, a “Formação e sustentabilidade” e a “Criação e transformação”.

Lusa

 

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