Home / Notícias / Os Verdes: É urgente avançar com a requalificação do IP3

Os Verdes: É urgente avançar com a requalificação do IP3

O partido Ecologista Os Verdes, apresentaram na Assembleia da República um projeto de resolução para a urgente requalificação do IP3 entre Viseu e Coimbra e a manutenção sem portagens.

O Itinerário Principal 3 (IP3), é a principal ligação, e a mais curta, entre duas das principais cidades do centro do país, Coimbra e Viseu. Ao longo do percurso de setenta e sete quilómetros, entre estes dois aglomerados populacionais, o IP3 atravessa os concelhos de Penacova, Mortágua, Santa Comba Dão e Tondela, constituindo a principal ligação destes territórios.

Os verdes salientam que esta estrada, em perfil de via rápida, concluída há 30 anos, para além de ser um elemento fundamental em termos de mobilidade nestes territórios, reveste-se igualmente de um carácter estruturante fazendo a ligação às autoestradas A1, A25, A24 e A14, assim como o IC6 e o IC12 afluem ao IP3, um eixo rodoviário relevante para ligar a região, contribuindo para atenuar os problemas da interioridade deste território.

Em determinados troços do percurso como por exemplo, entre Coimbra (Trouxemil) e o nó de acesso ao IC6 (Penacova) circulam quase 20 mil veículos por dia, muitos dos quais pesados.

Esta estrada desde que entrou em funcionamento revelou os problemas que derivam do seu traçado sinuoso e a consequente insegurança, sendo considerado uma das estradas mais perigosas do país, onde ocorreram milhares de acidentes com vítimas mortais, realça o partido Ecologista Os Verdes.

Dados referentes à sinistralidade demonstram que entre 1991 e 2017, ocorreram quase dois mil acidentes, só entre Coimbra (Botão) e Penacova (Oliveira do Mondego), em pouco mais de vinte quilómetros, com cerca de 2000 feridos e mais de uma centena de mortos.

Apesar de se tornarem evidentes os problemas e a segurança no IP3, os sucessivos governos realçam Os Verdes no projeto de resolução, alhearam-se do problema sem que tivesse havido uma requalificação de fundo.

As intervenções que ocorreram foram escassas e pontuais, como a colocação de separadores centrais nos troços mais críticos. A falta de manutenção desta via tem conduzido à sucessiva degradação que acentuam e contribuem para os problemas de insegurança e tornam a via mais perigosa.

As populações têm reivindicado e exigido a requalificação do IP3 entre Coimbra e Viseu. Recentemente foi entregue uma petição na Assembleia da República pela “Melhoria e alargamento do IP3 sem portagens — Pela segurança, acessibilidade e desenvolvimento” promovida pela Associação de Utentes e Sobreviventes do IP3, que contou com mais de sete mil assinaturas,

De entre as intervenções prioritárias é reclamada a reparação urgente do piso da via, a estabilização dos taludes (de particular importância pela ocorrência de incêndios), a correção dos graves problemas de segurança e a instalação de separador central no lanço onde ainda não existe.

Os utentes defendem que entre Coimbra e Viseu a estrada tenha via dupla em toda a sua extensão (perto de 80 quilómetros) e que sejam suprimidos os cruzamentos de nível.

Uma exigência pela requalificação e em paralelo que sejam dadas garantias que não sejam introduzidas quaisquer portagens, após a requalificação, nem venha a ser cobrada qualquer portagem caso uma eventual autoestrada se possa sobrepor ao traçado do IP3.

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas anunciou no passado mês de abril, a requalificação do IP3, aparentemente sem qualquer portagem associada ao seu percurso, iniciando-se a primeira intervenção – que abrange a zona onde ocorre um maior número de acidentes e que já conta com projeto e avaliação de impacte ambiental – no início de 2019 e com uma duração prevista de três a quatro anos.

A requalificação anunciada com um custo previsto de 134 milhões de euros visa reforçar a redução do tempo de percurso em um terço e garantir o reforço da segurança, ficando 85% do percurso da via com perfil de autoestrada e nos restantes 15% com duas faixas por uma, à exceção das pontes.

Tendo também em consideração que a conclusão da requalificação, na melhor das hipóteses, ocorrerá lá para 2023, é necessário tomar medidas urgentes no sentido de garantir a segurança dos utilizadores e evitar a ocorrência de acidentes graves que se continuam a verificar nesta estrada que é apelidada por muitos como “estrada da morte”.

No projeto de resolução para a urgente requalificação do IP3 entre Viseu e Coimbra e a manutenção sem portagens, Os Verdes pedem ao governo que:

1 – Proceda à requalificação urgente do Itinerário Principal 3 no seu percurso entre Coimbra e Viseu.

2 – Assegure que o IP3, em toda a sua extensão, seja alargado para duas faixas em cada sentido e seja colocado separador central.

3 – Até à conclusão das obras de requalificação de fundo, sejam tomadas medidas para garantir a segurança dos utilizadores, com a estabilização dos taludes, a reparação do piso.

4 – Com a requalificação do IP3, pelo menos nas áreas de maior relevância, sejam assegurados corredores ecológicos como forma de mitigar os efeitos da fragmentação dos ecossistemas e criando as condições para a deslocação de animais.

5 – Que o governo garanta que após a conclusão da requalificação não sejam aplicadas portagens.

 

Pode ver também

Operação Censos 2024: Viseu – GNR sinalizou 3.325 idosos que vivem sozinhos ou isolados

No âmbito da operação “Censos 2024”, a GNR (Guarda Nacional Republicana), sinalizou entre 1 de …

Comente este artigo