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O que tem o inspector da PJ a dizer sobre o caso Pedro Dias?

Esta quinta-feira foi a vez do inspector da Polícia Judiciária da Guarda a ser ouvido. António Fernandes da Cruz foi o responsável pela investigação do caso de Pedro Dias.

No seu depoimento, explicou os locais dos crimes que percorrer e a forma como actuou ao longo dos mesmos.

Esteve no sítio onde Liliane e Luís, o casal a caminho de Coimbra, foram encontrados; o local onde o militar que sobreviveu, António Ferreira, foi baleado e deixado pelo arguido; e no hotel em construção perto das termas de Caldas da Cavaca onde supostamente Carlos Caetano (o militar encontrado morto na bagageira do carro) e António Ferreira interceptaram Pedro Dias a dormir no lugar do pendura e onde todo o cenário de crime se desenrolou.

Este, foi o primeiro lugar alvo de investigação por parte do inspector. Segundo António Fernandes da Cruz não foram encontrados vestígios de luta. “Nesse local, levanto um invólucro, manchas hemáticas [sangue], um rasto na terra — que nos pareceu na altura que alguém tinha sido arrastado — e rastos de viaturas”, explicou.

Na viatura da GNR onde foi encontrado o corpo de Carlos Caetano foram encontrados “vestígios hemáticos e biológicos” e impressões digitais.

Nas imagens recolhidas, concluiu que essa viatura passou por diversas vezes na En229: às 04h01 na direcção Aguiar da Beira – Quinta das Lameiras (e com as luzes do tejadilho ligadas); às 04h05 em sentido contrário o mesmo carro passa, mas com as luzes apagadas. Apenas às 0600 há registo de uma nova passagem.

O local onde foi encontrado o casal (Luís sem vida e Liliane a lutar por ela) estava “preservado com fitas”. Os corpos já tinham sido retirados. Concluiu-se depois de perícias feitas que Luís Pinto foi o primeiro a ser baleado. Foram encontradas “manchas de sangue”, “giestas e outras plantas partidas”  e “um invólucro”.

Depois de analisarem o terreno, e desarredarem parte da vegetação foi encontrado mais um invólucro.

Dado que havia duas vítimas, e foram encontrados dois invólucros, o inspector supôs que teria sido aquele o local onde o arguido deu os tiros. Contudo, não entendeu onde a mancha de sangue que estava na berma da EN229.

Nesse instante, António da Cruz  teve a percepção de que alguém pudesse ter sido ferido ali e que de seguida foi transportado para o interior da mata. Na estrada, descobriu ainda sangue mas por contágio (por terem pisado marcas de sangue).

O inspector deslocou-se ainda ao lugar onde foi encontrado, no final do dia 11 de Outubro, o carro do casal de Aguiar da Beira, um Volkswagen Passat.

Descobriram uma mancha de sangue, do lado do pendura na porta traseira. Fizeram a recolha dos vestígios, meteram o carro no reboque até às instalações da Polícia Judiciária.

Os exames ao ADN concluíram que o sangue pertencia a Luís Pinto. Suspeita-se que foi baleado junto à EN229, mas sem nenhum invólucro na berma da estrada.

Já os invólucros encontrados na mata, perto dos corpos do casal, pertenciam aos dois disparos contra Liliane Pinto.

Na Lagoa Fria, sítio onde o GNR sobrevivente António Ferreira foi baleado, encontrou-se uma mancha de sangue, um invólucro, uma caneta e um rasto de terra mexida e uma peça do carro patrulha, que terá caído quando a viatura passou por lá.

Tentou refazer o caminho feito pelo militar António Ferreira para pedir auxílio ao Cabo Santos e apercebeu-se, através das marcas de sangue deixadas para trás, que se tratava de um percurso difícil (vegetação alta, mato de um lado e de outro).

Quanto a Lídia Conceição, sequestrada juntamente com António Duarte por Pedro Dias numa habitação em Moldes, terá “claramente o seu atacante como Pedro Dias” numa conversa informal quando estava a ser tratada no centro de saúde. “Foi ele, foi ele”, dizia Lídia ao inspector.

Para o inspector, não restavam dúvidas, depois dos resultados do laboratório que Pedro Dias tinha estado nessa casa. O inspetor da PJ recolheu vários indícios, como sangue, comida e garrafas de água.

O inspetor falou ainda de mais um carro, um Opel Astra, que terá sido usado por Pedro Dias quando saiu de Moldes e que foi encontrado em Carro Queimado. Na viatura, foram encontradas roupas com ADN de Lídia Conceição, sendo que uma das peças tinha uma mistura do ADN de Lídia com o de Pedro Dias.

 

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