Uma nova fábrica de calçado vai começar a produzir em maio no concelho de Cinfães, no âmbito de uma estratégia de desenvolvimento económico iniciada em 2014, disse à agência Lusa o presidente da autarquia, Armando Mourisco.
Esta será a terceira fábrica de calçado a surgir desde então neste concelho do norte do distrito de Viseu e, numa primeira fase, empregará 20 pessoas, sobretudo mulheres.
“Em 2014, fizemos um trabalho de pesquisa de mercado para ver quais os setores estratégicos para desenvolver a economia do concelho. Além do turismo, da construção e do agroalimentar, surgiu o setor do calçado, pela proximidade a Felgueiras, que já não tinha mão-de-obra suficiente”, contou Armando Mourisco.
Com o setor do calçado identificado, o município apostou na formação, através de um protocolo com o Centro de Formação da Indústria do Calçado, para qualificar sobretudo mulheres.
“No que respeita à mão de obra masculina, temos oferta, porque somos fortes no setor da construção civil, mas a mão-de-obra feminina era um problema sério”, explicou.
Segundo o autarca, foram construídos pavilhões industriais que foram sendo cedidos à indústria do calçado e a outras.
“Um dos pavilhões estava vazio. Temos cidadãs que estão desempregadas, fruto de uma insolvência que aconteceu há uns meses já no âmbito da pandemia e surgiu a oportunidade desta nova empresa que se vai instalar em Cinfães, com contrato de arrendamento de cinco anos”, contou.
Atendendo ao “volume de encomendas muito significativo”, Armando Mourisco adiantou que “há a perspetiva de, nos próximos seis/sete meses, a fábrica poder quase duplicar os postos de trabalho”.
O autarca congratulou-se pela instalação de mais esta empresa no concelho, “em contraciclo com o que acontece no país e na Europa”, o que atribuiu quer “às boas condições que o município oferece aos empresários”, quer à persistência.
“Tem de haver planeamento, estratégia, direcionarmos as energias para aquilo que é identificado e sermos persistentes. Sabemos que às vezes os resultados demoram a chegar”, afirmou.
Armando Mourisco contou que o concelho tem conseguido evoluir economicamente e diversificar o tecido empresarial.
“Não temos indústrias grandes com centenas de pessoas a trabalhar. Em 2014, tínhamos 2.470 desempregados e agora temos mil, fruto da pandemia, porque antes tínhamos 800”, sublinhou, mostrando-se convicto de que o número de desempregados irá descer “com a abertura do mercado e a situação pandémica a melhorar”.
Comente este artigo