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Na mensagem de natal Bispo de Viseu diz que Estado deve distribuir recursos com “maior justiça”

O bispo de Viseu defende que o Estado “precisa de distribuir com maior justiça os seus recursos” e os cristãos devem testemunhar “os princípios de uma Doutrina Social da Igreja que tarda em chegar a setores básicos” da sociedade.

Na sua mensagem de Natal divulgada na página da Diocese na Internet, António Luciano alerta que “é preciso olhar com esperança e firmeza para setores fundamentais” da sociedade.

“O Estado precisa de distribuir com maior justiça os seus recursos para todos: para o emprego; para as instituições particulares de solidariedade social, de forma que não se exclua ninguém; precisa de olhar para o mundo da saúde de modo positivo, não excluindo ninguém na prestação dos cuidados; promover e estender as redes de cuidados continuados e cuidados paliativos a todo o país e com acesso aos mais necessitados; é preciso cuidar dos cuidadores e incentivá-los a um serviço que os realize”, escreve o prelado, que quer, também, “que se passe da degradação do SNS [Serviço Nacional de Saúde] para uma verdadeira qualificação técnica e humana da prestação de cuidados”.

Na mensagem, o bispo de Viseu aborda também “o flagelo da desertificação do interior do país, o envelhecimento da população ativa, a solidão dos idosos, a falta de esperança, de confiança e de fé de muitos jovens, (…), a não fixação de casais jovens (…), a baixa densidade na natalidade, o adiamento da mesma, a dificuldade de acesso aos cuidados de saúde, o trabalho precário para muitos, a chegada de imigrantes de várias partes do globo, a insegurança e a insatisfação de muitos, a falta de respeito pela vida e integridade, a violência global crescente”.

“A saída dos jovens e pessoas qualificadas das nossas comunidades, que por causa da crise económica tiveram de abandonar o país, deve levar a Igreja e os responsáveis do governo a olhar com verdade e discernimento tão grave problema”, defende António Luciano na sua mensagem de Natal.

O bispo exorta à promoção de “uma verdadeira cultura da vida, uma economia sustentável, a criação de um novo estilo de sociedade, de famílias abertas à vida, que promovam uma paternidade e maternidade responsável”, ao mesmo tempo que quer ver “governantes amigos do seu povo, conscientes, responsáveis, com credibilidade, que promovam políticas sadias de justiça, de bem comum, de natalidade, de emprego, de cuidado dos idosos e dos doentes, através de boas práticas, de boas redes de cuidados continuados e paliativos para todos”.

António Luciano lembra, no entanto, que “a comunidade humana atual encontra-se mergulhada na indiferença de Deus, na falta de relação com o próximo, nas trevas do desânimo e da falta de confiança, opondo-se à solidariedade desejada por todos e que é uma marca positiva do Natal”.

“A abertura à partilha com os que mais precisam deve dar respostas novas à solidão existencial, ao enigma perante a dor, o sofrimento e a morte, ao abandono e exploração dos filhos na família, às negligências perante situações emergentes e de fronteira, onde se decide o valor primeiro e sagrado da vida”, escreve o responsável pela Diocese de Viseu, que saúda “as famílias, as crianças, os jovens, os casais jovens, os adultos, os idosos, os pobres, os doentes, os frágeis, os abandonados, os emigrantes, os imigrantes, os refugiados, os perseguidos, os presos, os marginalizados e todos aqueles que, como o Menino Jesus em Belém, se sentem rejeitados, explorados e utilizados pela (…) sociedade ou até pelos próprios cristãos”.

 

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