O Museu do Caramulo, em Tondela, está a restaurar os claustros do século XVIII que serviram de base a toda a estrutura edificada, após 17 anos de angariações e 40.000 euros reunidos.
“Andámos aqui algum tempo, desde 2003, a tentar aprovisionar a receita para fazer isto e realmente aqui foi essencial o programa dos Amigos do Museu. Todos os anos íamos pedindo, já com este objetivo de restaurar o claustro e agora achámos que era o momento certo e inadiável para levar a obra a cabo e assim foi”, explicou à agência Lusa Salvador Patrício Gouveia, diretor do Museu do Caramulo.
O responsável contou que o claustro é do século XVIII, foi levado para o Caramulo em 1954, por Abel de Lacerda, “e serviu de base para o museu ser construído à volta” e, “entretanto, o tempo passa e deixa as suas marcas e este claustro já vinha a sofrer de algum desgaste”.
“O edifício do Museu é o segundo edifício a ser construído de propósito para ser um museu e este claustro foi um bocadinho como as vilas romanas que tinham claustros no centro e todo o resto à volta, ou seja, sem janelas, sem nada, já preparado para acomodar peças de arte”, adiantou.
As obras de restauro começaram agora e estão previstas terminar “em pouco mais de um mês”, porque “é preciso aproveitar que é verão, porque são obras ao ar livre, e também o facto de a pandemia ter reduzido um bocado o fluxo de visitantes”.
“O museu continua aberto, até porque as obras não incomodam muito, porque não está no circuito de visita, mas há sempre barulho, umas peças a passarem e algum pó e, por isso, esta altura é ideal”, defendeu o diretor.
Na intervenção, está prevista a “retirada das telhas, depois a chapa e substituir tudo o que é madeira e são muitas as madeiras, outras vão ser arranjadas e protegidas e depois voltar a pôr uma nova proteção por cima e voltar a colocar as telhas todas”.
Na parte da alvenaria e pinturas, vai ser colocada uma “iluminação um bocadinho mais atual, dentro do claustro”, uma vez que só existia em baixo e, agora, vai ser colocada também em cima, “para trazer um bocadinho isto para o século XXI, até porque os claustros recebem muitos eventos”.
“Uma obra de 40.000 euros pode parecer pouco, mas para nós é uma fortuna”, assumiu Salvador Patrício Gouveia, que disse que vão aproveitar e vão fazer algumas intervenções nos dois edifícios que compõem o museu, desde arranjos no telhado, infiltrações e pinturas.
“Vamos aproveitar e pintar o museu todo por fora, para ficar com cara lavada e com o aspeto que tinha em 1959, quando foi inaugurado”, adiantou o diretor.
O Museu do Caramulo alberga no seu espólio uma coleção de arte, uma coleção com cerca de 100 automóveis, motos e bicicletas, e uma coleção de brinquedos antigos.
Realiza, regularmente, exposições temáticas e temporárias, assim como o Salão Motorclássico, na Feira Internacional de Lisboa (FIL e o Caramulo Motorfestival ou o Rider — Passeio de Motos Clássicas.
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