A Câmara de Moimenta da Beira quer transformar o edifício da antiga cadeia num Centro de Interpretação do Municipalismo, no âmbito de um projeto orçado em cerca de 200 mil euros.
“Moimenta da Beira tem um histórico de municipalidade que é muito importante”, disse hoje à agência Lusa o presidente da autarquia, José Eduardo Ferreira, acrescentando que existiram oito concelhos até à reforma administrativa do mapa territorial de Portugal Continental iniciada por Mouzinho da Silveira, no século XIX.
Caria, Castelo, Leomil, Moimenta da Beira, Nagosa, Paço, Peravelha e Sever eram os concelhos que existiam, um passado que está documentado e que a autarquia pretende ligar à modernidade.
“Com o Centro de Interpretação do Municipalismo, queremos requalificar um edifício que é, ele próprio, histórico e ligá-lo à modernidade”, avançou José Eduardo Ferreira.
O autarca referiu que, por exemplo, será criada uma aplicação interativa que, além de ter todas as informações sobre o centro interpretativo, incluirá um roteiro turístico de visitação aos antigos oito concelhos.
“É muito interessante não apenas para o passado, mas também para o futuro, porque, se tivermos o cuidado de analisar bem a história, podemos chegar à conclusão de que, na história de municipalismo de Moimenta da Beira, se confirma um enorme centralismo em Lisboa”, afirmou.
Segundo José Eduardo Ferreira, Moimenta da Beira continua “a padecer muito deste centralismo de Lisboa”.
Para os conteúdos do centro interpretativo, que já estão a ser preparados, e na requalificação do edifício da antiga cadeia, a autarquia espera gastar “entre 180 e 200 mil euros”.
Depois de dois concursos para requalificar o edifício que ficaram desertos, o autarca está otimista de que à terceira será de vez e que as obras arrancarão “dentro de um mês ou dois”.
“Se pudéssemos fazer coincidir o fim da pandemia (de covid-19) com o final das obras e com a implementação desta aplicação interativa seria ótimo, porque seria uma maneira de as pessoas visitarem um pouco da nossa história”, afirmou.
No seu entender, “mais do que olharem para trás”, os visitantes do Centro de Interpretação do Municipalismo “conseguirão recolher elementos de referência para olharem para a frente”.
De acordo com a autarquia, as novas tecnologias “permitirão aos visitantes do espaço descobrir e interagir de uma forma sensorial e emotiva com conteúdos da narrativa histórica dos antigos oito concelhos, cientificamente correta e facilmente entendível”.
Estarão disponíveis “textos, mapas e imagens dos monumentos mais representativos e simbólicos à época da existência jurídica enquanto concelho”, acrescenta.
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