O presidente da Câmara de Viseu diz que os oito milhões de euros alocados no Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) para o IP3 “já existiam para a requalificação” do troço referido naquele documento.
“O Governo coloca estes oito milhões e eles já lá estavam. Não é nada de novo, mesmo os oito milhões já existiam para a requalificação deste troço, portanto, do ponto de vista do IP3 [Itinerário Principal], não há nada de novo para Viseu”, apontou António Almeida Henriques (PSD).
Segundo o PEES, publicado sábado à noite em Diário da República, o Governo prevê gastar, este ano, 98,1 milhões de euros com a conservação e segurança rodoviária e, no que respeita à conservação periódica, o executivo destaca, entre outras, a intervenção no IP3 – Nó de Penacova/Ponte Sobre o Rio Dão, – no valor de oito milhões de euros.
Neste sentido, o autarca disse que “a verba destinada ao IP3 já foi anunciada tantas vezes que se fosse multiplicada, provavelmente, já estaria construído” e acrescentou que ainda continua à espera daquilo que “será o projeto estruturante para a requalificação do IP3, os tais 85% em quatro faixas e a verdade é que ainda não há conhecimento de como vai ser”.
O presidente da Câmara Municipal de Viseu considerou as obras previstas para o IP3 “um remendo”, apesar de defender que “é sempre bem-vindo”: “Porque ficará melhor do que o que estava, mas não é uma obra estruturante que se possa considerar como uma grande vitória, porque é a requalificação do piso de um pequeno troço, é pouco mais do que isso”.
“No Plano Nacional de Investimentos (PNI) para as Infraestruturas, na apresentação para 2030, não vi lá que se transformasse em definitivo o IP3 em autoestrada, o que significa que Viseu-Coimbra e Lisboa-Portalegre continuam a ser as duas capitais de distrito que não estão ligadas em autoestrada, ao contrário das outras”, referiu Almeida Henriques.
O Governo aprovou na quinta-feira o Programa de Estabilização Económica e Social, que vigorará este ano para responder à crise provocada pela pandemia da covid-19.
No documento, o executivo estima uma queda do PIB de 6,9% este ano, devido à pandemia, e prevê um crescimento de 4,3% em 2021, prevendo também uma taxa de desemprego este ano de 9,6% e de 8,7% em 2021.
O Governo vai aprovar na próxima terça-feira a proposta de revisão do Orçamento do Estado de 2020 relacionada com a covid-19, que refletirá o Programa de Estabilização Económica e Social.
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