O ministro do Ambiente inaugurou ontem obras de reabilitação superiores a 32 milhões de euros (ME) nas antigas minas de urânio da Urgeiriça, que incluem uma Estação de Tratamento de Água de Minas (ETAM).
“O esforço de reabilitação já realizado aqui na Urgeiriça ascende, até ao momento, a 32 ME, tendo-se concluído agora uma das fases mais importantes de requalificação e de recuperação do património mineiro”, disse o presidente do conselho de administração da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM).
Rui da Silva Rodrigues explicou na cerimónia de inauguração que estes 32 ME incluem algumas obras anteriores.
Neste momento, estão concluídas “as intervenções do projeto de confinamento e selagem da barragem nova, a ETAM, o projeto de requalificação da antiga oficina de tratamento químico e os antigos laboratórios e escritórios adjacentes”.
Com esta ETAM, “as águas lixiviadas sofrem dois tratamentos paralelos, um primeiro ativo e um outro passivo, sendo que o objetivo é no futuro deixar de usar o ativo”.
“Queremos usar só o tratamento passivo, ou seja, sem usar qualquer tipo de reagente, será um tratamento orgânico. Neste momento, posso dizer que a água que entra na ribeira da Pantanha é de uma qualidade excecional”, explicava o responsável ao ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
Na cerimónia oficial, que decorreu no edifício da oficina de tratamento químico, Rui da Silva Rodrigues dizia que complementarmente a estas intervenções há outras ações a decorrer, nomeadamente de monitorização.
“Concluímos a descontaminação, selagem e confinamento, mas estamos a fazer sempre um conjunto de atividades de monitorização, designadamente descontaminação de águas de mina nas áreas mineiras de radioativos, monitorização ambiental através de monitorizações do meio hídrico, análises de parâmetros químicos em amostras de água, análises de parâmetros radiológicos em amostras de água e análise de detetores de dosímetros de sitio”, precisou.
Rui da Silva Rodrigues contou que o trabalho de recuperação que a EDM tem vindo a fazer ascende a um investimento de 181 ME.
“Deste investimento, cerca de 66%, ou seja, 87 ME, foram investidos nos radioativos. Apesar do programa de reabilitação ambiental envolver, não só os radioativos (…), [estes] têm merecido prioridade”, assumiu.
Assim, estimou que “para acabar a intermediação e intervenção nos radioativos ainda faltam cerca de 34 ME para investir na requalificação de várias outras intervenções, que não sendo tão prioritárias têm vindo a ser adiadas face ao modelo de financiamento” existente, nomeadamente através de programas de fundos europeus.
Ações que foram elogiadas quer pelo presidente da Câmara Municipal de Nelas, concelho onde se situam as antigas minas da Urgeiriça, como pelo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
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