A “profunda incerteza” gerada pela morte do ex-presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, motivou uma carta que apela à disponibilidade cívica do vereador não executivo Jorge Sobrado para participar ativamente num projeto de desenvolvimento para o concelho.
A Carta da Primavera foi hoje enviada à agência Lusa pelo seu redator e proponente, o ator e encenador Guilherme Gomes, e conta com mais 20 assinaturas.
“A redação e divulgação da carta é o primeiro passo de uma iniciativa cívica que pretende criar espaço para o debate e encontro, uma ágora moderna para a Viseu futura”, justificou Guilherme Gomes, acrescentando que o objetivo é o envolvimento “de todos os que se revejam nos valores que a carta convoca”.
O encenador Ricardo Pais, os músicos Pedro Abrunhosa, Luís Clara Gomes e Samuel Úria, o programador cultural Nuno Leocádio, o diretor pedagógico do Conservatório de Música de Viseu, José Carlos Sousa, a ex-diretora do Museu Nacional Grão Vasco, Paula Cardoso, o chef de cozinha Diogo Rocha e vários empresários, entre outros nomes, assinam a carta.
Estes dizem ser “testemunhas do contributo que Jorge Sobrado deu para o rejuvenescimento de uma vontade local, plural e sem amarras” enquanto esteve ao lado de Almeida Henriques, que morreu a 04 de abril, vítima da covid-19.
“Viseu tomou o rumo de uma cidade implicada. O projeto liderado por António Almeida Henriques foi, desde o princípio e por muitas vezes, esperançoso”, pode ler-se no documento, que aponta os avanços registados em vários domínios.
Segundo os subscritores, “durante os últimos anos, os agentes locais puderam encontrar muitas vezes no município de Viseu interlocutores esclarecidos e curiosos, provocadores, sensíveis à novidade e ao desenvolvimento humano”.
E, por isso, consideram que os últimos anos “são um exemplo de inspiração e estímulo ao desenvolvimento de um conjunto de novos e importantes projetos e preparados atores que se vêm afirmando no contexto nacional nas mais diversas áreas”.
“Mas os últimos anos não são senão a fundação da Viseu futura”, alertam, apelando a que, a “uma reflexão profunda sobre a transformação da cidade nos últimos anos”, se junte “o apelo à disponibilidade de um dos seus mais relevantes atores e intérpretes”, Jorge Sobrado, que atualmente é vereador não executivo.
Este apelo é feito “na convicção de que é urgente o reencontro, o debate e o pensamento da cidade” e com a confiança “em que caminhos positivos e transformadores numa cidade em movimento não podem ser fechados agora”.
Desde que Almeida Henriques tomou posse, em 2013, Jorge Sobrado esteve ao seu lado, primeiro como adjunto e depois como vereador da Cultura, Património, Turismo e Marketing Territorial.
A 15 de fevereiro deste ano, Jorge Sobrado passou a vereador não executivo, depois de ter renunciado aos pelouros, por entender que tinha chegado o momento de fechar o seu ciclo de serviço ao município.
Jorge Sobrado teve a seu cargo a gestão da Feira de São Mateus e foi responsável pela programação de eventos como o festival literário Tinto no Branco e o Festival de Street Art e pelo lançamento de projetos como o VisitViseu.pt, o Museu de História da Cidade e o Polo Arqueológico de Viseu.
Comente este artigo