Foi a primeira vez que se realizou numa unidade pública da região centro uma sinusoplastia por balão dos seios perinasais e dilatação endoscópica da trompa de Eustáquio, salienta Sérgio Raposo, diretor do Serviço de ORL do Centro Hospitalar Tondela Viseu (CHTV).
Em declarações à Just News, o médico adianta que as três cirurgias decorreram final de outubro, neste centro hospitalar, e o objetivo é prosseguir com esta técnica “assim continuem os bons resultados”.
Sérgio Raposo esclarece que a ideia de avançar com a técnica cirúrgica surgiu após uma ida ao Centro Hospitalar do Funchal: “Estivemos em maio no Funchal a ver o Dr. Miguel Furtado a operar e tivemos a oportunidade de participar ativamente nas cirurgias. Nessa altura endereçámos o desafio/convite ao Dr. para se deslocar ao nosso hospital.”
A assistir estiveram otorrinos da Unidade Local de Saúde da Guarda, da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, do Centro Hospitalar de Trás-Os-Montes e Alto Douro, além de médicos espanhóis de Valência.
Esta técnica agora implementada no CHTV permite “a desobstrução dos seios perinasais com alargamento dos ostiums (orifícios de drenagem de secreções), de modo a resolver algumas sinusites resistentes ao tratamento médico”.
Como explica Sérgio Raposo: “A disfunção crónica da trompa de Eustáquio manifesta-se pela sensação de ouvido tapado. Quando a obstrução se torna persistente podem-se desenvolver complicações, como otites, perda de audição e, em casos mais graves, meningites.”
E acrescenta: “Quando a trompa de Eustáquio está obstruída, o ar não passa, provocando sintomas como autofonia e zumbido. Atualmente é possível tratar a causa do problema através da desobstrução da trompa de Eustáquio, dilatando-a com um balão de pressão. A maioria dos doentes recupera totalmente ao fim de dois meses.”
Redução da dor pós-cirúrgica e menor tempo de internamento
O responsável clínico realça ainda outras vantagens mais do ponto de vista económico. “Os investimentos nesta cirurgia acabam por ser sobreponíveis ou até inferiores, visto que há menor risco de complicações e o tempo de internamento diminui bem como o tempo abstenção laboral.”
Além disso, “a quase ausência da dor pós-cirúrgica, bem como a possibilidade de efetuar nalguns doentes a cirurgia com anestesia local, é outra das principais – senão a principal – vantagem desta técnica cirúrgica”.
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