Pedro Dias, o suspeito dos crimes de Aguiar da Beira, entregou-se voluntariamente à Polícia Judiciária depois de ter estado um mês em fuga.
A detenção foi filmada pela RTP, em Arouca. Em entrevista à estação pública, o homem de 44 anos, que era perseguido pela morte de um militar da GNR e de um civil, garante estar inocente e afirma não ter matado ninguém. Fugiu apenas porque se sentiu “perseguido de morte”.
A entrega voluntária de Pedro Dias à Judiciária foi combinada através de um contacto telefónico entre a advogada e o director nacional da PJ.
O fugitivo tinha receio de ser abatido por vingança pela GNR e daí ter optado por entregar-se à PJ.
A advogada de Pedro Dias só terá dado a informação sobre a localização exacta do suspeito depois de saber a identidade dos elementos da equipa da PJ que iriam recolhê-lo na zona de Arouca.
A PJ não sabia da presença da RTP quando chegaram ao local de encontro com Pedro Dias. Pedro Dias fugitivo tinha decidido falar com os jornalistas da estação pública antes de entregar-se para se sentir seguro.
Não assume nenhum homicídio, diz-se inocente e que tudo passou de um “mal entendido”. Garante que tentou entregar-se desde o primeiro dia às autoridades mas nunca o permitiram. O que fez foi tentar sobreviver.
Não explicou o que aconteceu na madrugada do dia 11 de Outubro em Aguiar da Beira apenas explicou que quando se dirigia para casa dos pais em Arouca, onde ontem se entregou, terá “recebido uma chamada” de “uma militar da GNR” que o avisou que “ia ser morto”.
Depois desta chamada decidiu meter-se em fuga. Sobreviveu, ao que que conta, com 60 euros, atravessou o rio Douro a nado, viveu em casas abandonadas, tomou banhos em rios e dormiu na floresta.
Pedro Dias, está certo que se quisesse podia ter continuado em fuga o resto da vida mas decidiu cumprir com as obrigações de cidadão.
Terá entregue um bilhete a um familiar para ser levado às autoridades, dizendo que se entregaria esta terça-feira, dia 8, às 19h. E acabou por se concretizar.
Contudo, as declarações do suspeito à RTP não convencem a PJ.
Depois de ser detido, o alegado homicida esteve três horas no interior das instalações da PJ, a responder, e saiu para o Estabelecimento Prisional da Guarda.
Pedro Dias vai ser ouvido esta quinta-feira por um juiz de instrução criminal, sendo certo que o Ministério Público (MP) irá pedir a sua prisão preventiva.
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