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Estudo do Instituto Politécnico de Viseu e UC revela que portugueses consideram arriscado viajar

Os portugueses consideram que, devido à pandemia da Covid-19, é arriscado realizar viagens para férias, deslocações de trabalho ou para visita de amigos e familiares, em Portugal ou no estrangeiro.

O estudo realizado pelo Instituto Politécnico de Viseu (IPV) e pela Universidade de Coimbra (UC), e baseado em dados recolhidos nos últimos três meses, o estudo mostra que a pandemia teve “um forte impacto” na perceção de segurança dos portugueses relativamente a viajar no país e no estrangeiro.

Os residentes nacionais concordam que a segurança é um fator fundamental para viajar e, inclusive, é o atributo mais importante para a escolha de um destino, em termos globais, mas é ainda mais crucial quando se consideram as viagens internacionais”, conclui o estudo, a que a agência Lusa teve acesso.

As respostas (mais de mil consideradas válidas) obtidas através de um questionário ‘online’ mostram que os portugueses consideram “arriscadas as viagens para férias, deslocações de trabalho, viagens com a família ou para visita de amigos e familiares dentro do país”.

“Estas respostas são ainda mais expressivas para as mesmas viagens no estrangeiro”, sublinham os autores do estudo, acrescentando que os portugueses “consideram que medidas de segurança adicionais nos aeroportos tornam as viagens mais seguras no país e no estrangeiro”.

A segurança é considerada um dos aspetos mais importantes para viajar em todas as gerações, sendo a mais velha aquela que revela “uma perceção de risco de viagem mais elevada”, quer em destinos nacionais, quer internacionais.

Este estudo, que abrangeu o período entre 02 de fevereiro e 02 de maio, é o primeiro a analisar os efeitos da pandemia na perceção de segurança para viajar e para a prática de atividades de lazer e turismo, bem como o medo e preocupação relacionados com o contágio e as medidas tomadas em Portugal.

A equipa – constituída por Carla Silva, José Luís Abrantes, Manuel Reis e Odete Paiva, do IPV, e Cláudia Seabra, da UC – tentou perceber a mudança de opinião ao longo do tempo.

“O medo de viajar pelos residentes nacionais aumentou progressivamente, a cada período estudado, tal como o medo de contágio em termos pessoais e familiares”, conclui a equipa, acrescentando que, na vigência do terceiro Estado de Emergência, “os portugueses sentiram, contudo, ser menos arriscado viajar, principalmente dentro do país”.

Paralelamente, a importância atribuída à segurança foi aumentando, atingindo os valores mais elevados no último período, sobretudo para as viagens internacionais”, acrescenta.

Se, no início da investigação, “viajar com a família era considerado seguro ou muito seguro, sobretudo em Portugal”, esta perceção “diminuiu drasticamente ao longo do tempo, tendo também diminuído a diferença entre fazê-lo em Portugal ou no estrangeiro”.

O estudo indica ainda que, devido ao novo coronavírus, quem reside em Portugal se sente muito inseguro para praticar atividades de lazer e turismo.

O destaque vai para a ida a casinos ou locais de diversão noturna, que 80% dos respondentes indicam como atividades muito inseguras”, sublinha.

Entre 60% a 80% dos inquiridos classificam também como muito inseguras as visitas a parques temáticos, galerias, museus e monumentos, centros urbanos e centros históricos, a participação em concertos, festivais, eventos desportivos ou religiosos, a prática de desportos em espaços fechados, refeições nos restaurantes, estadias em alojamentos hoteleiros, a participação em visitas turísticas e fazer compras em centros comerciais e mercados.

“á a ida a praias, rios e lagos é uma atividade menos insegura, segundo os participantes no estudo. A ida a parques naturais, percursos pedestres e a prática de desportos de natureza são as únicas atividades consideradas como relativamente seguras pelos portugueses no contexto da pandemia”, refere.

No que respeita ao medo e à preocupação com o contágio, o estudo mostra que “85% dos inquiridos sentem que cidadãos e turistas poderão ser vítimas de contágio e que esse receio se aplica a si e aos seus familiares”.

Apesar desta preocupação, o nervosismo demonstrado é moderado, referindo também que sentem pouco ou nenhuma necessidade de informação adicional sobre medidas de proteção em relação à covid-19”, acrescenta.

Metade das pessoas que responderam ao questionário admitiram “mudar vários aspetos da sua vida e rotinas quotidianas por causa da doença, mas no que concerne aos planos de férias e viagens a percentagem sobe para 65%”.

Os receios “são mais vincados na geração mais velha, sendo que a geração com idades entre os 40 e os 65 anos sente maior necessidade de informação adicional para se proteger de contágio do que as gerações mais novas”.

Este estudo, que envolve o Centro de Investigação em Serviços Digitais do IPV e o Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território da UC, está ainda a decorrer e permitirá, futuramente, apurar os impactos da covid-19 não só em Portugal, mas também noutras regiões do mundo.

 

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