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Empresários de Viseu queixam-se do preço da energia

Os deputados sociais-democratas eleitos pelo círculo eleitoral do distrito de Viseu disseram hoje, à agência Lusa, que a “maior queixa” que recebem dos empresários, assim como no setor social, passa pelos custos energéticos.

“Neste momento, o maior peso que temos sentido nas empresas é a energia. É o colapso de muitas empresas. É o aumento dos preços de gás, dos preços de energia e para os quais o Governo não teve resposta nenhuma”, afirmou Hugo Carvalho.

O deputado deu como exemplo Espanha, onde o Governo “baixou o IVA da energia e ponto. E o primeiro-ministro [português] anda a dizer desde outubro do ano passado que para baixar o IVA da energia tem de pedir à União Europeia”.

Em declarações à agência Lusa, após dia e meio de visitas a empresas e instituições de solidariedade social do distrito, “como é habitual fazer às segundas-feiras”, Hugo Carvalho sustentou que, um ano depois de eleições legislativas, “o distrito está igual”.

“O gás tem fechado empresas no país e especialmente aqui. O preço de gás tem fechado empresas no país, tem desligado fornos, tem fechado fornos, é uma realidade. O preço da energia tem colocado problemas enormes”, sublinhou.

Hugo Carvalho contou que, nas visitas realizadas esta segunda-feira, a uma empresa de peixe congelado “tem custos brutais com a energia, mas que ainda escolheu não transferir já esse custo para os consumidores”.

“Mas quando acabarem essas almofadas às empresas isso vai-se refletir no custo da comida e por isso é que nós dizemos tantas vezes ao Governo que era importante baixar impostos na energia, por que se não contaminam o resto do mercado todo, o peixe fica mais caro e a carne também”, realçou.

O deputado acrescentou que tem sentido, na generalidade das empresas, que o custo da energia “é o que mais preocupa, até nas instituições de solidariedade social”, em que há casos em que “o aumento anual passou de 80.000 euros para 300.000” euros.

A juntar a estes custos, continuou, o dinheiro que o Estado paga por quilómetro, aos bombeiros, ou por cada criança e idoso que está em instituições, “estabilizou há uma série de anos” e, entretanto, “houve aumentos, nomeadamente no combustível”.

“O Estado não quer nenhuma responsabilidade em atualizar e o PS olha para isto e diz: é o apoio do Estado. E nós olhamos para isto e dizemos: é a obrigação do Estado, porque as instituições estão a cumprir um papel que é do estado”, afirmou.

Hugo Carvalho reforçou que “o PS não atualizou preço de subsídio nenhum, de subvenção nenhuma, para coisa nenhuma no setor social” e a segurança social “ainda diz que têm de escolher a quem apoiam”.

“Uma pequena associação que começou a ter mais solicitação e, em vez de apoiar 12 idosos, já ia nos 20 e tal e a Segurança Social disse-lhes: se têm 20 e tal não tivessem, escolham 10 e apoiem-nos. Isto é de uma crueldade de quem acha que é dono do Estado”, acusou o deputado referindo-se a uma IPSS que visitou em Cinfães.

Entre a lista de “problemas graves” existentes no distrito, Hugo Carvalho apontou ainda o “péssimo estado” de “algumas estradas nacionais” (EN) que precisam de “obras de dois ou três milhões de euros” (ME).

“Temos, por exemplo, a EN 225, que liga Castro Daire a Arouca, que são cinco ME de requalificação numa estrada que é terrível e isso não aparece (…), é inacreditável”, indicando o dinheiro que existe no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Num “distrito enorme” como o de Viseu, “falar de mobilidade é falar de saúde, de educação e de justiça, é falar dos direitos mais básicos do mundo” e “muitas vezes as pessoas não vão ao hospital, porque é preciso lá chegar”.

“Nasci aqui em 1990 e os investimentos públicos que conheço, trazer do orçamento de Estado (OE) para cá, são talvez o hospital e talvez… Nem sei, além do hospital, público, não conheço mais nada”, afirmou.

Lusa

 

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