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Covid-19: Festival de música de Viseu reinventa conceito devido à pandemia

A 13.ª edição do Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu vai decorrer no inverno, devido à covid-19, que obrigou a reinventar o seu conceito, com a realização de concertos sem público presencial.

e 28 de novembro a 19 de dezembro, vão acontecer 18 concertos – que envolverão cerca de 400 músicos – em vários espaços de Viseu, como o Teatro Viriato, o Museu Nacional de Grão Vasco, a Aula Magna do Instituto Politécnico, o Pavilhão Multiusos, a Igreja da Misericórdia e o Conservatório Regional de Música.

“O nosso público tem-nos acompanhado ao longo destes anos com muitas casas cheias e vários concertos esgotados. Espero que este ano, neste novo formato, em que a plateia vai ser em casa de cada um, ‘online’, a partir do Facebook, o público possa usufruir dos concertos”, disse hoje, aos jornalistas, o diretor do festival, José Carlos Sousa.

Como desistir não era uma opção, o festival foi adiado para o inverno, tendo a pandemia obrigado a reprogramar para 2021 a apresentação em Viseu de músicos de vários países e a contratar novos para esta edição.

“Tínhamos músicos que vinham do Canadá, da China e da Coreia que tivemos que cancelar por precaução, porque em abril, tudo ficou muito complicado”, contou José Carlos Sousa, acrescentando que foi preciso reconfigurar “cinco ou seis concertos”.

No caso das orquestras, o programa traçado teve de ser repensado em função do número de pessoas necessárias, referiu o responsável, dando como exemplo “a nona sinfonia de Beethoven, que tem um grande coro e uma grande orquestra”, não se poderia realizar este ano.

A necessária reestruturação do festival levou a organização a apostar em artistas portugueses ou residentes em Portugal, apesar de também estarem representados países como Espanha, Grécia, Croácia, Argentina, Cuba, Polónia e Roménia.

Os habituais concertos pedagógicos que se realizavam nas escolas, hospitais, lares de idosos e na prisão não vão poder acontecer.

“Esperamos, em abril, já poder fazê-los novamente”, afirmou.

A guitarra volta a ganhar destaque neste festival, com o concurso que se realiza de dois em dois anos e que, nesta edição, terá “um dos prémios maiores de sempre”, segundo José Carlos Sousa.

Há dois anos, 16 concorrentes deslocaram-se a Viseu para disputar este prémio e, este ano, inscreveram-se 24 concorrentes, de 15 países diferentes, que terão de enviar as suas provas em vídeo, consoante forem passando as eliminatórias.

No total, serão atribuídos 13.500 euros em prémios monetários e uma guitarra no valor de 8.300 euros, além da realização de quatro concertos (dois em Portugal, um na Espanha e outro na Eslováquia).

Esta edição integra a estreia de várias obras de compositores portugueses (quatro delas para marimba e eletrónica, encomendadas pelo festival a compositores portugueses) e de uma obra para um bailarino e um músico (Romulus Neagu e André Cardoso, respetivamente) e a presença de quatro orquestras e solistas de renome nacional e internacional

José Carlos Sousa explicou aos jornalistas que a abertura do festival, no dia 28 de novembro, ficará a cargo da Orquestra Juvenil de Viseu, que apresentará bandas sonoras comentadas por Mário Augusto,

Nos dias 12 e 19 de dezembro, haverá dois concertos com a temática do Natal, um a cargo da Orquestra Filarmonia das Beiras e das solistas Isabel Alcobia e Cláudia Franco e outro da Orquestra XXI (que teve de trocar a nona sinfonia de Beethoven por um programa dedicado a Bach). No dia 18, a Orquestra do Atlântico, com sete solistas nacionais e internacionais, irá apresentar música de Joaquim Rodrigo para guitarra e orquestra.

No que respeita à formação, haverá momentos dedicados a estudantes e profissionais de música nas áreas de piano, canto, saxofone, acordeão e guitarra.

O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, admitiu que, para o município, “teria sido mais cómodo cancelar toda a sua programação cultural deste ano” e os apoios que dá a esta área.

“Se passássemos um ano sem darmos os apoios que habitualmente damos, estaríamos a recuar três ou quatro anos”, considerou.

Os concertos serão transmitidos via Live Streaming na página do Facebook do festival, que é promovido pela associação Proviseu/Conservatório Regional de Música Dr. José de Azeredo Perdigão e pelo município.

 

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