O grupo de teatro viseense ArDemente estreia, na quinta-feira, a peça “Numa natureza morta”, na Quinta da Cruz, centro de arte contemporânea de Viseu, espaço para o qual foi concebida a peça, adiantou à agência Lusa o encenador.
“É um espetáculo de teatro pensado para a Quinta da Cruz, centro de arte contemporânea de Viseu, e trata de uma família que todos os anos se encontra ali, naquela casa, que é a quinta, para celebrar o aniversário da avó”, contou o encenador Gabriel Gomes.
Encenador e fundador do grupo ArDemente, Gabriel Gomes desvendou que, “entretanto, aconteceu uma situação que os faz ficar a pensar no que quer que os possa ter levado àquele acontecimento”.
“No fundo, pretende refletir a questão de pessoas que, de certa forma, chocam umas com as outras, no fundo, uma relação familiar mais conflituosa. Como é que as pessoas conseguem coabitar um espaço, com tensões e conflitos, e presas numa espécie de ‘loop’ temporal por causa deste acontecimento que as faz ficar ali a pensar”, explicou.
Gabriel Gomes revela que o teatro se desenrola em três palcos, ou seja, em três salas do centro de arte contemporânea, sendo que são “três momentos diferentes da família: o pequeno-almoço, o almoço e o jantar”.
“Em palco estão cinco atores, três viseenses, incluindo eu, e dois de Lisboa, depois há um artista plástico que foi convidado para fazer as instalações plásticas que servem de cenografia ao espetáculo, que estão em cada uma das salas do museu, onde irá decorrer o espetáculo”, disse.
Questionado sobre a possibilidade de levar o espetáculo a outros espaços, Gabriel Gomes não escondeu o desejo de que “isso seja possível de acontecer” e, por isso, o grupo “já tem debatido possibilidades” de transportar o “cenário” para outras realidades através de “uma readaptação ou restruturação total”.
“O espetáculo tem uma determinada itinerância. O artista plástico pensou numa instalação para cada um destes três espaços, mas temos falado na possibilidade de haver uma readaptação, ou restruturação total”, admitiu.
Em causa, acrescentou, poderá estar “um museu ou outro que permita ter salas diferentes ou até adaptar para um palco normal, à italiana, com o público em volta, ou ao ar livre como agora tem sido uma opção mais viável por causa da pandemia”.
Aliás, a pandemia de covid-19 atrasou a estreia deste espetáculo que esteve agendado para abril e vai agora acontecer na quinta-feira, dia 24, e mantém-se em cena até dia 28 de setembro.
Em palco estão os viseenses Sofia Moura, Roberto Terra e Gabriel Gomes, também encenador, a que se juntam Inês Veloso e Henrique Bispo que, segundo o encenador, “já têm colaborado com o ArDemente, em vários projetos”.
As instalações cénicas são da responsabilidade do artista plástico Vítor Freitas e os figurinos da autoria de Emanuel Santos.
ArDemente é uma companhia de teatro criada em Lisboa, mas sediada em Viseu desde dezembro de 2018, altura em que o fundador Gabriel Gomes regressou à terra natal após finalizar o curso na Escola Superior de Teatro e Cinema. A companhia tem desenvolvido vários projetos de criação e experimentação teatral na cidade de Viseu e na região.
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