Cerca de 80 por cento dos alunos da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro, de Lamego, têm conseguido fixar-se na região graças à melhoria das condições do setor, anunciou o seu diretor, Miguel Duarte.
“O Douro começa a ter empresas que apostam e investem no recrutamento destes profissionais e, de facto, já não temos essa preocupação de o aluno não se fixar cá”, contou.
Miguel Duarte falava à agência Lusa em Lamego, onde hoje decorre a final da 34ª edição do Chefe Cozinheiro do Ano 2023 (CCA23). A vencedora do ano passado foi Ana Magalhães (Six Senses Douro Valley), natural deste concelho do norte do distrito de Viseu e antiga aluna da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro.
“Foi uma aluna brilhante. Demonstrava já uma entrega e uma paixão muito grandes, era muito focada nas suas raízes, nas suas origens. E foi esta identidade do território que a fez crescer e evoluir”, considerou.
Criada no ano 2000, a Escola de Hotelaria e Turismo do Douro tem “uma taxa de empregabilidade elevadíssima, de cerca de 90%”, e, segundo o responsável, “só não é de 100% porque os alunos poderão querer prosseguir os estudos para o ensino superior”.
Miguel Duarte referiu que, apesar de haver “estruturas já muito bem organizadas, empresas com uma capacidade fantástica” que apostam em profissionais qualificados, “ainda há uma outra estrutura de empresas, que são pequenas e médias empresas, com uma base muito familiar”.
“Essas precisam de dar o salto qualitativo, não só na prestação dos serviços, na qualidade do produto, mas também no modelo de organização e gestão de negócio, nomeadamente na qualificação dos seus profissionais”, defendeu.
A Escola de Hotelaria e Turismo do Douro tem estado a desenvolver esse trabalho com os municípios da região, no âmbito do Programa Formação + Próxima.
“Estamos a tentar incutir nos empresários a necessidade de qualificar e certificar os seus profissionais. Neste momento, temos 15 municípios que estão a intervir diretamente e a desenvolver um conjunto de ações, dando resposta às necessidades dos agentes económicos”, contou.
Depois de um decréscimo da procura devido à pandemia de covid-19, a Escola de Hotelaria e Turismo do Douro tem, em média, entre 180 e 200 alunos por ano.
“O Turismo de Portugal, através da sua rede de escolas, tem feito várias estratégias no sentido de atrair os jovens para esta profissão, mas há todo o outro contributo que tem de ser dado também pelas empresas e instituições que trabalham neste setor”, considerou Miguel Duarte.
Neste âmbito, o responsável nem hesitou quando foi desafiado a colaborar de forma direta na organização da final do CCA23.
“Temos cerca de 30 alunos a trabalhar diretamente com a organização, alunos que servem de ajudantes aos concorrentes, depois todo outro staff da organização, com alunos de mesa, de cozinha e de pastelaria”, contou, acrescentando que esta é “uma experiência desafiadora, que aumenta a motivação deles para a profissão”.
Desde as 10:00, estão a prestar provas os finalistas António Freitas (Casa Velha, Quinta do Lago e vencedor na etapa regional Sul & Ilhas), António Queiroz Pinto (Restaurante de Tormes), Diogo Novais Pereira (Restaurante Porinhos e vencedor na etapa regional Norte), Jeferson Dias (Palmares Ocean Living & Golf), João Pereira (Hotel Villa Batalha e vencedor da etapa regional Centro) e Marco Coutada (Vale da Corga).
Paralelamente, inspiradas pelo tema “As Cozinhas do Douro”, decorrem demonstrações com profissionais que trabalham em cozinhas da região.
A consagração do CCA23 e a entrega de prémios está marcada para as 17:00.
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