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Casa de Canelas e janela manuelina em Mangualde são Monumento de Interesse Municipal

A Casa de Canelas e a sua janela manuelina, situadas na freguesia de Quintela de Azurara e datadas do século XVI, foram classificadas como Monumento de Interesse Municipal, anunciou a Câmara de Mangualde.

Depois de o executivo camarário ter deliberado, por unanimidade, proceder à classificação na categoria de Monumento de Interesse Municipal da janela manuelina e da Casa de Canelas, hoje foi publicado em Diário da República um edital que a torna pública.

Segundo a autarquia, “não são abundantes as referências bibliográficas, bem como os documentos históricos, que abordem a Casa de Canelas”, falando a bibliografia “da existência de Manuel Cabral de Albuquerque e Sacadura, herdeiro da Casa de Chãs de Tavares, que, no ano de 1783, aparece como senhor de importantes bens em Canelas e como tenente de milícias no mesmo local”.

“Manuel Cabral de Albuquerque e Sacadura era senhor da Casa de Chãs de Tavares e administrador de vários prazos naquela vila e na localidade de Canelas, para além dos bens que herdou por sua mulher e que pertenciam aos bens livres da Casa de Nabais, do concelho de Gouveia. O tenente, ao invés dos seus antecessores, estabeleceu em Canelas residência e é lá que são dados como nascidos os seus cinco filhos”, explicou.

No entanto, de acordo com a autarquia, “da prospeção arqueológica efetuada na localidade e imediações e da observação do edificado da localidade, não se vislumbram vestígios de superfície, ruína, casa ou ruína de casa que se destaque por notabilidade arquitetónica e, muito menos, que apresente características estilísticas atribuídas aos finais do século XVIII compatíveis com o estatuto de Manuel Cabral de Albuquerque e Sacadura”.

Neste âmbito, “não parece verosímil concluir que o tenente de milícias e senhor de Canelas tenha construído residência em Canelas”, concluiu.

Por outro lado, “das ruínas de edifícios residenciais existentes na localidade, apenas a casa com a janela manuelina se destaca”.

“Trata-se de edificado de raiz popular quanto à construção e qualidade de materiais utilizados, exibindo, todavia, numa das suas fachadas, aquele elemento arquitetónico extraordinário da arquitetura quinhentista”, acrescentou.

Como a janela e o edifício “constituem um só momento construtivo” e a primeira é o elemento de datação do segundo, a Câmara de Mangualde (distrito de Viseu) concluiu que “a fundação do mesmo terá ocorrido no século XVI”.

No seu entender, o cenário mais provável é que “o edifício em questão, por ser o de maior destaque arquitetónico – conferido pela janela -, terá sido escolhido (por compra ou, eventualmente, por herança, ou outro meio) pelo senhor de Canelas e tenente de milícias da localidade quando ali chegou nos finais do século XVIII”.

“Este raciocínio permite, então, considerar estarmos perante a Casa de Canelas”, sublinhou a autarquia, acrescentando que, nas Inquirições de D. Afonso III (em 1258), se encontra uma referência que prova a existência da localidade de Canelas já naquele tempo.

Lusa

 

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