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Câmara de Viseu reconhece “demolição de parte” de muralha afonsina

A vice-presidente da Câmara Municipal de Viseu reconheceu hoje que “houve demolição parcial da muralha afonsina” que, na altura, “desconhecia-se ser” parte do troço histórico que envolve a zona histórica da cidade.

“Constatei que foi efetuada uma demolição parcial do muro ou troço da muralha. Não obstante, e conforme foi referido pela equipa de arqueologia, não se sabia à data que seria efetivamente um troço da muralha”, reconheceu Conceição Azevedo.

A vice-presidente e vereadora do ordenamento do Território e Urbanismo explicava aos jornalistas, no fim da reunião do executivo, o “processo pormenorizado” da requalificação de dois edifícios no centro histórico, dentro do perímetro da muralha afonsina da cidade.

“Efetivamente, aquilo que dizem que foi destruído, como também diz o relatório de arqueologia, é que quando se estava a proceder às obras não se tinha percebido que aquilo era, de facto, que o que estava ali em causa, era um troço da muralha afonsina e isso foi dito pela equipa de arqueologia”, justificou.

Conceição Azevedo reagia ao vereador socialista da oposição Pedro Baila Antunes, que acusava a Câmara de “atentado ao património cultural” da cidade e pedia responsabilidades, uma vez que a obra “tem de ser acompanhada” por se encontrar na zona histórica.

“O senhor vereador Pedro Baila Antunes mostra umas plantas e eu quero dizer em relação a isso que a muralha não tem a implementação no documento apresentado pelo senhor vereador, a mesma faz um cotovelo, não tem aquele desenho que apresentou”, apontou a vice-presidente.

A vereadora disse que constatou a demolição “no meio de toda a pesquisa feita”, no âmbito da acusação, uma vez que “consta do relatório da equipa de arqueologia que acompanha a obra e que “está aprovado pela tutela”, além de “todos os documentos relevantes, relativos a estas duas obras estão disponíveis para consulta”.

“Todo o percurso foi feito, foram consultadas todas as entidades que tinham de ser, em total respeito pelo património histórico e com enquadramento legal, com licenças, com pareceres de tutela, com acompanhamento arqueológico”, assumiu, lembrando que a tutela é a Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC).

Conceição Azevedo disse ainda que “os projetos preveem a manutenção dos troços de muralha descobertos e a sua consolidação e beneficiação, e estes trabalhos estão todos a ser acompanhados pela SRU” (Sociedade de Reabilitação Urbana) de Viseu.

Questionada sobre a responsabilidade desta demolição, Conceição Azevedo apontou que “o arqueólogo está ali e ele é que tem mais olho para estas questões, ele é que tem de facto formação e conhecimento para poder identificar”.

“O que quero dizer é que há aqui uma das construções em que a muralha não é muito expressiva. Aquilo parecia quase um muro, uma construção normalíssima. Na outra construção não, a muralha é muito expressiva, dá para perceber que está ali em causa um património histórico muito interessante e um troço importante da muralha afonsina”, justificou.

 

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