A Câmara de Viseu aprovou ontem o concurso para o projeto do centro de artes e espetáculos, um equipamento que tem um custo estimado de 15,5 milhões de euros e funcionará em complementaridade com o pavilhão multiúsos.
O executivo camarário, liderado por Fernando Ruas, já tinha anunciado, no início do ano passado, que não pretendia transformar o pavilhão multiúsos no Viseu Arena, mas sim atualizar o projeto existente para um centro de artes e espetáculos, a construir junto à rotunda cibernética.
No final da reunião, Fernando Ruas disse aos jornalistas que, no que respeita ao Viseu Arena, nada estava concretizado e “nenhuma das possíveis instituições envolvidas” abordou a câmara sobre esse projeto.
“Interessa-me ter um centro de artes não em vez de, mas para complementar o multiúsos”, porque “cada um tem a sua função”, esclareceu o autarca.
Em agosto de 2020, o executivo, então liderado por Almeida Henriques, tinha aprovado o financiamento do Viseu Arena (que representava um investimento total de 6,4 milhões de euros), para que a cidade pudesse vir a ter a maior sala de espetáculos e recinto multiúsos do centro do país. Teria uma capacidade superior a 5.500 espetadores e uma arena de 2.500 metros quadrados.
Durante a campanha para as eleições autárquicas, Fernando Ruas – que já tinha sido presidente da Câmara de Viseu entre 1989 e 2013 – deixou claro que pretendia retomar o projeto do centro de artes e espetáculos, considerando-o muito necessário na cidade.
“Se quisermos fazer um grande espetáculo, não o podemos fazer no Teatro Viriato”, afirmou Fernando Ruas, acrescentando que também o pavilhão multiúsos, para conseguir receber “espetáculos de digressões de artistas consagrados”, tem de ter “uma adaptação impressionante”.
O autarca adiantou aos jornalistas que o equipamento cultural não será “apenas para os grandes espetáculos”, mas “uma estrutura polivalente para ter sempre vida”.
O projeto deverá ser feito no prazo de nove meses, considerando Fernando Ruas que haverá condições para depois financiar a obra com fundos comunitários.
A componente nacional estará garantida no âmbito de uma operação urbanística prevista para aquela zona da cidade, onde a Câmara tem um terreno que pretende urbanizar, acrescentou.
Os vereadores do PS votaram contra a abertura do procedimento para contratação da elaboração do projeto de execução do centro de artes e espetáculos, apesar de reconhecerem que Viseu “apresenta algumas lacunas, sobretudo a nível de infraestruturas que possam acolher grandes eventos”, realçou Marta Rodrigues vereadora do PS na Câmara de Viseu.
No seu entender, a solução apresentada pelo executivo municipal é “curta na ambição da resposta efetiva que um equipamento desta natureza deve ter” e “proeminente no custo efetivo que a obra vai ter”.
Os socialistas explicaram que “o projeto irá ter o custo de 15,5 milhões de euros”, sendo 1,4 milhões de euros para “elaboração do projeto de execução, gestão e fiscalização de obra e revisão do projeto”, realçou Marta Rodrigues
“O centro de artes e espetáculos terá uma lotação variável com o máximo de 764 lugares no auditório interior e 700 lugares no auditório exterior, o que na prática, e tendo em conta as potencialidades que estas infraestruturas podem oferecer, poderá ser economicamente inviável ou pouco atrativa para grandes espetáculos ou promoção de eventos como congressos e outros”, alertaram.
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