A candidata à Câmara de Viseu pelo Bloco de Esquerda (BE), Manuela Antunes, defendeu ontem mais transportes públicos no concelho para maior mobilidade, melhor ambiente e maior coesão territorial no município.
“O que nos confidenciam é que [os habitantes nas áreas periféricas] se sentem um pouco abandonadas pelo pessoal que está na cidade, no sentido de que quem decide as coisas, nem sempre decide de acordo com aquilo que as pessoas precisam no seu território”, apontou Manuela Antunes.
A candidata do BE andou hoje em contacto com as pessoas nas freguesias rurais e isso levou Manuela Antunes a reforçar o que o partido “tem defendido muito”, ou seja, “a coesão territorial, a questão da mobilidade, incidindo nos transportes públicos, que sirva na realidade as necessidades das pessoas”.
“O que vimos é que muitas das aldeias têm um transporte, às vezes, de manhã e outro ao final do dia e as pessoas ficam ali o dia todo, se precisam de ir resolver um problema das suas vidas, quem não tem carro não consegue, como é óbvio”, apontou.
Nesse sentido, a candidata defendeu, em declarações à agência Lusa, a necessidade de se “pensar um concelho mais amigo do ambiente, que resolva os problemas das pessoas”, de se “repensar mesmo a mobilidade” e, para isso, o partido propõe “mais transportes públicos e tendencialmente gratuitos”.
“Penso que sem isso, o interior do concelho não resolve os problemas principais. Por exemplo, a fixação de pessoas nas freguesias mais distantes do Rossio, como Côta, a 30 minutos do centro urbano”.
Além de “transportes públicos adequados”, o BE reivindica para o concelho “horários nas paragens” já que, sublinhou Manuela Antunes, “o concelho de Viseu não tem uma única paragem de autocarro com horários”.
“Posso não ter internet no meu telemóvel para consultar o horário, portanto, há um conjunto de coisas que parecem que são criadas só para um determinado conjunto de pessoas que se calhar nem utilizam o autocarro”, considerou.
E acrescentou que “faltam abrigos cobertos”, realçando que “há muito poucos no concelho”, estando, principalmente nas “zonas mais visíveis”. As crianças de Gumirães, freguesia de Viseu, “esperam pelo autocarro sem nenhuma proteção”, exemplificou.
“Tudo isto precisa de ser analisado, repensado e depois fazer, que acho que é o problema. É fazer, nós queremos estar nos sítios de decisão para podermos participar e fazer”, assumiu Manuela Antunes.
Comente este artigo