A participação da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões na Exposição Mundial Osaka 2025 superou as melhores expetativas. Durante dois dias, o ritual ancestral da Soenga e o barro negro de Molelos foram os grandes protagonistas do Pavilhão de Portugal, a 11 mil quilómetros da sua origem, e conquistaram os milhares de visitantes que passaram pelo espaço.
No âmbito desta participação a comitiva da CIM Viseu Dão Lafões, liderada pelo Presidente da CIM Viseu Dão Lafões, Fernando Ruas, e que, entre outros, incluiu o Vice-Presidente da CIM, Vítor Figueiredo, o Secretário Executivo da CIM, Nuno Martinho, e o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Tondela, João Figueiredo, foi recebida pela Comissária-Geral de Portugal na Expo 2025 Osaka Kansai, Joana Cardoso, e pelo Diretor do Pavilhão de Portugal, Bernardo Amaral. Este momento contou, ainda, com a presença da vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, Lídia Monteiro.
Com o conceito Tesouros Vivos de Viseu Dão Lafões, a CIM apresentou uma instalação artística e performativa inovadora, criada especialmente para esta ocasião, que transportou os visitantes para o coração da tradição oleira mais genuína do território. O evento integrou a programação oficial de Portugal na Expo 2025.
Combinando artes tradicionais, design, gastronomia e audiovisual, a instalação recriou com rigor o ritual da Soenga, uma forma ritual de cozedura cerâmica comunitária ao ar livre, em que o barro é transformado pelas chamas e pelo tempo.
O espaço cenográfico do Pavilhão centrou-se numa escultura realista de um “castelo” de peças de barro negro de Molelos, envoltas em terra e cinzas. Em redor, bancos de madeira tradicionais convidavam à contemplação, enquanto uma curta-metragem era projetada nas paredes curvas da sala, transportando o público para as paisagens e o saber-fazer da região.
Recorde-se que o barro negro de Molelos, no concelho de Tondela, foi recentemente reconhecido como Património Cultural Imaterial pelo governo português.
Inicialmente prevista para apenas um dia, a recriação do ritual da Soenga na Expo 2025 foi alargada para dois, por sugestão do Turismo de Portugal, que reconheceu o elevado valor artístico, cultural e turístico do projeto apresentado pela CIM.
A instalação incluiu ainda um mural fotográfico com 14 cartazes artísticos, em que o fotógrafo Luís Belo deu a conhecer as peças de artesanato mais identitárias de cada um dos municípios da CIM. Os visitantes receberam postais artísticos como recordação, levando assim consigo um pouco da identidade cultural da região.
A experiência foi enriquecida pela degustação de vitela de Lafões, preparada pela equipa do chef Diogo Rocha – único chef com estrela Michelin da região Centro – e servida em tigelas de barro negro de Molelos, numa fusão entre tradição e inovação. Este prato regional não só encantou os visitantes do Pavilhão de Portugal como também integrou o menu principal do restaurante português na Expo Osaka.
Fernando Ruas, Presidente da CIM Viseu Dão Lafões, não esconde a satisfação pelos resultados obtidos: “A adesão foi extraordinária e superou todas as nossas expetativas. Em dois dias, milhares de visitantes do Pavilhão de Portugal conheceram uma tradição da nossa região que é única no mundo. O entusiasmo e os elogios à autenticidade da experiência foram unânimes. Foi uma oportunidade única para afirmar o valor simbólico e económico do nosso património cultural”.
Também Nuno Martinho, Secretário Executivo da CIM, destaca o acolhimento entusiástico por parte do público japonês: “A resposta do público japonês foi extraordinária. Há no Japão uma profunda valorização da cerâmica e do saber-fazer ancestral, o que criou uma ligação imediata com a proposta de Viseu Dão Lafões. Acreditamos que esta presença irá traduzir-se em novos fluxos turísticos e oportunidades de mercado para os nossos artesãos. Mostrámos que é possível inovar a partir da tradição, promovendo a nossa cultura como motor de desenvolvimento e de afirmação internacional”.
O sucesso da participação na Expo Osaka reforça o posicionamento estratégico das artes tradicionais como elemento diferenciador da oferta turística e cultural da região. Esta ação marca o início de um ciclo de dois anos de promoção internacional do património artesanal de Viseu Dão Lafões, com destaque para a cerâmica de mesa — uma vertente contemporânea da tradição oleira local — que será promovida em feiras e eventos nacionais e internacionais.
A Expo 2025, que decorre até outubro em Osaka, deverá acolher mais de 28 milhões de visitantes de todo o mundo.
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