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Autarca de Tabuaço diz que concelho tem falta de mão-de-obra

O presidente da Câmara Municipal de Tabuaço, Carlos Carvalho, diz que o concelho tem falta de mão-de-obra em atividades como a agricultura, construção civil ou restauração e hotelaria.

“Não temos mão-de-obra para aquilo que são as atividades quase seculares, como a agricultura, a vinha, o azeite, a construção. Hoje em dia, com o enorme crescimento que teve o turismo, precisamos de pessoas na área da hotelaria e restauração”, precisou Carlos Carvalho.

O social-democrata explicou à agência Lusa que “este paradoxo” que existe em Tabuaço “é um absurdo, porque as pessoas saem para outros pontos do país e estrangeiro, quando há oportunidades de trabalho, e depois não há pessoas para trabalhar no concelho”.

“Isto tem de nos obrigar a um exercício que deve ser aprofundado para percebermos se isto se deve àquilo que é a exigência e objetivos de vida de cada um de nós ou não. Temos de fazer esse diagnóstico, de saber a que é que se deve e, rapidamente, tentar inverter isto”, disse.

Carlos Carvalho admitiu que “os hotéis, os restaurantes, as empresas de construção e agrícolas têm muita falta de mão-de-obra e isto torna-se até difícil para, no futuro, qualquer situação de possível investimento no concelho possa ditar logo à partida um enorme constrangimento por falta de pessoas que garantam o normal fluxo”.

“Temos algumas empresas de empreiteiros agrícolas com enormes dificuldades para conseguirem garantir e dar resposta. Começamos também a ver muitos imigrantes a chegarem de outros sítios e a ocuparem alguns trabalhos”, disse.

Neste sentido, explicou que a chegada de imigrantes ao concelho “é uma situação que deve ser, cada vez mais, percebida e analisada, porque possivelmente vão ser eles a garantir que esses trabalhos sejam feitos”.

O autarca admitiu que, “hoje, os jovens não procuram a estabilidade de antes, mas sim conhecer novas realidades” e isso pode ter um peso muito maior na concretização profissional e pessoal do que propriamente sair da universidade e arranjar logo um emprego na região”.

“Mas também é verdade que temos de ter meios para quem quiser trabalhar a partir de Tabuaço para qualquer parte do mundo e, para isso, é preciso que haja fibra ótica e, mais absurdo ainda, rede de telemóvel, uma vez que não há em muitas aldeias e na região”, sinalizou.

Neste sentido, apontou para “a necessidade de ser feito um investimento” na área das comunicações e “isso não é competência dos municípios, tem de ser um desígnio nacional, porque também nos grandes centros urbanos esse investimento foi feito através de dinheiros públicos, não de gestão municipal”.

Carlos Carvalho apontou ainda outras “dificuldades” para quem vive em Tabuaço, como as causas para a saída da população “e que não passa pela gestão da autarquia”, como, por exemplo, “as conservatórias, autoridades tributária, segurança social e todos os serviços públicos estarem de portas fechadas e atenderem apenas por marcação, dois anos depois da pandemia”.

“Como é que é possível que um banco como a Caixa Geral de Depósitos, numa série de municípios da CIM [Comunidade Intermunicipal] Douro, não abra todos os dias e não tenha a maior parte dos serviços?”, acrescentou.

Neste sentido, continuou, “isto é um ciclo de perda, porque depois a própria mentalidade vai-se habituando a este ciclo e isto faz com que muitas das vezes as pessoas percam arrojo, criatividade, é um pouco de autocensura e tudo se vai perdendo em ciclo”.

 

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