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Assembleia de Carregal do Sal aprova contas de 2021 com saldo de 2,9 ME

As contas de 2021 da Câmara de Carregal do Sal, com um saldo de cerca de 2,9 milhões de euros (ME), foram aprovadas pela Assembleia Municipal.

“O saldo da gerência anterior é superior a 2,9 ME, sendo do município o total de 2,8 ME e de operações de tesouraria quase 150 mil euros”, precisa um comunicado de imprensa.

As contas, que foram aprovadas por maioria, com abstenção da oposição, revelam, de acordo com o mesmo comunicado, que “as receitas orçamentais (cobrança líquida, incluindo correntes, de capital e outras) foram superiores a nove milhões de euros”.

“As despesas orçamentais (pagas, incluindo correntes e de capital) foram superiores a 9,4 ME e o saldo de gerência seguinte é de mais de 2,7 ME, sendo do Município mais de 2,5 ME e de operações de tesouraria pouco mais de 180 mil euros”, acrescenta o documento.

O presidente da Câmara Municipal de Carregal do Sal esclareceu, em declarações à agência Lusa, que estes valores se relacionam com “o montante que a autarquia tem adstrito às grandes obras e que, por não poder mexer, fez empréstimos para outras operações”.

“Ao fazer isso, ficou com mais dinheiro livre no seu saldo de gerência, só que é dinheiro que, à partida, está adstrito a ações, ou seja, não posso usá-lo em nada, porque estão todos comprometidos com as obras e são os montantes que temos de ter”, justificou.

Paulo Catalino Ferraz adiantou ainda que “o grau de execução deste ano foi pior do que o do ano anterior” e, “como foi menor, ficou mais dinheiro livre, porque o que estava adstrito para as obras não foi usado”.

“A verdade é que tínhamos uma taxa de execução em relação à receita, em 2020, superior à de agora. Ou seja, em 2020, a taxa de execução foi de 83,8% e, em 2021 de 78%, ou seja, houve menos execução”, explicitou.

Esta falta de execução, justificou o autarca, “advém de várias circunstâncias, mas principalmente pela recusa de muitas empresas em fazer obra por falta de materiais, pelo aumento de preços ou pela dificuldade em fazer o reequilíbrio financeiro das obras”.

Em causa, explicou, estão “duas grandes obras” do município como a construção de duas estações de tratamento de águas residuais (ETAR,) em Papízios e Cabriz, e ainda a requalificação da casa de Aristides de Sousa Mendes (Casa do Passal).

Paulo Catalino Ferraz admitiu que estas empreitadas “são as grandes absorvedoras de dinheiro que não tiveram a possibilidade de iniciar a obra no ano anterior” e, “apesar do problema se manter”, a autarquia está a trabalhar para tentar que arranquem este ano.

“Temos estado a tentar negociar junto de algumas dessas empresas de forma que as obras deem início. Temos usado de alguma diplomacia e capacidade de negociação e a verdade é que hoje temos algumas obras a decorrer que estavam paradas há mais de um ano”, apontou.

Um trabalho que, destacou, “só vai ser traduzido, em termos de taxa de execução, no próximo ano civil”, uma vez que as contas deste ano ainda dizem respeito ao anterior executivo, liderado pelo também socialista Rogério Abrantes.

 

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