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São Pedro do Sul: Amantes de livros sobem à aldeia de Manhouce para festival literário

 A aldeia de Manhouce e as Termas de São Pedro do Sul vão acolher a primeira edição do festival literário “A gente (não) lê”, entre os dias 16 e 18, durante o qual será homenageado o livreiro José Pinho.

A organização avançou que, “numa afirmação orgulhosa das suas tradições e da sua ancestralidade, a aldeia – que Isabel Silvestre colocou no mapa de muita gente – abre-se ao mundo e veste-se de festa para acolher quem gosta de livros e de leitura”.

“O epicentro é a escola primária e os seus recreios, lugares simbólicos das primeiras letras, das primeiras palavras, do futuro que todos nós desenhámos a sós, antes de tudo o que veio a seguir nas nossas vidas, mas está prevista uma simbólica descida às Termas para a sessão inaugural”, explicou.

Do programa do festival constam os nomes de Capicua, Raquel Marinho, Miguel Manso, Tânia Ganho, Isabela Figueiredo, Susana Moreira Marques, Rita Loureiro, Sérgio Sousa Pinto, a juntar à “música-poesia de Ana Lua Caiano num concerto ao cair da tarde” e à “polifonia inconfundível de Isabel Silvestre e das mulheres de Manhouce”.

O festival literário, que terá acesso livre e apenas sujeito à lotação dos espaços, servirá também para homenagear, no dia 18, o livreiro José Pinho, fundador da Ler Devagar, que morreu no final de maio, aos 69 anos, em Lisboa, vítima de doença oncológica.

Nascido em 1953, em São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, o nome de José Pinho fica para sempre ligado ao livro em Portugal, tendo fundado o festival Folio, em Óbidos, o Latitudes, no mesmo concelho, e estado na criação da Rede de Livrarias Independentes (RELI), entre muitas outras ações de divulgação e promoção da literatura.

“Este festival – a cuja ideia o Zé aderiu logo com o entusiasmo que lhe era peculiar – terá na programação uma homenagem muito carinhosa que preparámos para ele, com música, poesia e todo o amor e admiração que, certamente, chegarão ao lugar bonito onde hoje habita e onde, devagar, assistirá a tudo”, considerou a dinamizadora do “A gente (não) lê” Marisa Araújo.

Segundo a responsável, este será “um momento emotivo”, mas também “um momento de celebração da sua vida” e do “legado imenso” que José Pinho deixou.

“Também por isso contamos com todos os que amam os livros… como o Zé os amou”, realçou.

Uma das particularidades desde festival será o “Livro conduto”, que desafia os convidados a levarem “livros que já leram ou que não leram, mas que estão interessados em trocar”.

“Juntam-se os livros todos numa mesa (ou várias) na escola primária e, ao longo do festival, as pessoas vão levando os livros que lhes interessam. Os livros que sobrarem são doados à biblioteca de Manhouce”, referiu a organização.

Lusa

 

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